Foto: Roosevelt Cássio

A greve dos trabalhadores da Sonaca, na zona sul de São José dos Campos, entrou no segundo dia de greve, nesta quarta-feira (17).

Os metalúrgicos da empresa fizeram assembleia nas proximidades da fábrica e decidiram ir para a casa. A paralisação exige mudanças no plano de saúde.

A direção da empresa ainda não procurou o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos para negociar, por isso o movimento não tem data para terminar.

Além disso, estão acontecendo muitos casos de assédio por parte da chefia, que tem usado o celular para coagir os trabalhadores a abandonar o movimento.

O Sindicato está coletando as denúncias com os operários e vai comunicar a postura ilegal ao Ministério Público do Trabalho e à Justiça. Denúncias anônimas podem ser enviadas por meio do canal Dito Bronca (no site do Sindicato), inclusive com possibilidade de envio de imagens (prints).

Mobilização

Os metalúrgicos do setor aeronáutico, em geral, sofrem com baixos salários e péssimas condições de trabalho. É uma grande contradição, já que produzem peças para aeronaves.

Mas o estopim para a greve desta terça foi a piora no plano de saúde. Sem negociação com o Sindicato e sem ouvir os operários, a fábrica impôs o pagamento de coparticipação, que faz com que o usuário pague uma taxa a cada consulta, exame ou outro procedimento médico.

“É uma vergonha a postura da Sonaca, que paga baixos salários e quer acabar com um direito adquirido reduzindo ainda mais o holerite dos trabalhadores no final do mês. Queremos o fim da coparticipação e a melhora no convênio, bem como nos salários e direitos. Seguimos fortes”, disse o diretor do Sindicato José Eduardo Gabriel, o Bob.

Para o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves, a mobilização denuncia as péssimas condições enfrentadas pelos trabalhadores que fabricam peças para aviões na região.

“Com a liderança do Sindicato, os metalúrgicos da Sonaca vão à luta por seus direitos. É inconcebível que eles produzam aviões, cuja venda é financiada com milhões pelo governo brasileiro por meio do BNDES, recebam um salário de fome e ainda sofram ataques no plano de saúde. Vamos pra cima”, afirmou Weller.

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