A greve dos servidores do INSS (Instituto Nacional do Seguro Nacional) completa 15 dias nesta terça-feira (30) e segue com uma mobilização crescente, ainda que o governo Lula tenha jogado sujo para enfraquecer o movimento.
Na última semana, o Planalto apelou ao STF (Supremo Tribunal Federal) para a suspensão da paralisação, com aplicação de multa aos sindicatos.
Além disso, houve a promessa de corte de ponto dos trabalhadores, uma manobra baixa e que fere o sindicalismo brasileiro.
Apesar da tentativa de criminalização da luta, a categoria não se deixou abater, buscou ações na justiça contra a decisão do governo e entra na sua terceira semana fortalecida com mais localidades e unidades aderindo à greve total ou parcialmente.
“A categoria ficou indigitada não somente pela judicialização”, explica Rodrigo Bonfim, diretor do Sinsprev e Fenasps. “Antes ainda teve uma fala do ministro da Previdência menosprezando os servidores que atuam no teletrabalho”.
Trata-se do pronunciamento em que Carlos Lupi diz que aqueles em regime de home-office estariam fazendo greve há quatro anos, por trabalharem longe das agências.
“Tudo isso só serviu pra que mais servidores aderissem à greve”, afirma Rodrigo.
Além da recomposição salarial e melhores condições de trabalho, os servidores do INSS também reivindicam a realização de concursos públicos. Em todo o Brasil, há um déficit alarmante de funcionários da Previdência.
“Atualmente, somos em 18 mil servidores para atender uma demanda de 1 milhão e 600 mil processos mensais”, explica Rodrigo, dando a ideia exata do tamanho do problema que os servidores públicos estão batalhando para resolver.
A falta de mão de obra é refletida nas jornadas exaustivas dos servidores e por isso, a greve por melhoras nas condições de trabalho reflete diretamente na qualidade do serviço prestado à população que busca a Previdência Social.
Apoio da população
Parte do trabalho desempenhado pelos grevistas é abrir um diálogo com o povo trabalhador e explicar que a greve é uma ferramenta para exigir as condições necessárias para a melhoria do serviço prestado.
Além da falta de funcionários, os trabalhadores do INSS tem sua função prejudicada pela falta de materiais e equipamentos necessários. Suprir essa falta é uma das reivindicações estabelecidas pela categoria.
Com o comando de greve em Brasília, os dirigentes realizam em São Paulo comandos itinerantes e virtuais, para melhor organizar a categoria. Em cada estado, os grevistas planejam ações em frente às agências nos próximos dias.
O objetivo é explicar para o povo trabalhador que precisa do serviço sobre a importância de se apoiar a greve, para que juntos possam vencer a batalha frente a intransigência do governo federal.
Toda solidariedade
O ataque aos servidores do INSS feito pelo governo Lula é a mesma postura mantida com os servidores do meio ambiente que estão em luta e também tiveram seu direito de greve desrespeitado
Novamente, a CSP-Conlutas reitera todo apoio aos grevistas e o chamado para ampliação e fortalecimento da greve. Basta de o governo Lula priorizar o arcabouço fiscal e dar dinheiro público para banqueiros!
É preciso valorizar os servidores e garantir melhorias nos serviços públicos!
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