PUBLICADO EM 13 de out de 2020
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Greve:  Bertioga ficará sem ônibus até quarta-feira

Na foto, motoristas e demais empregados da viação Bertioga, com sindicalistas rodoviários, na manhã deste sábado – Foto: Arquivo

Os 10 ônibus urbanos da viação Bertioga ficarão na garagem até quarta-feira (14). Seus 160 empregados estão em greve desde as 17 horas de ontem, sexta-feira (9), contra o não pagamento de salários e benefícios.

A categoria, mesmo com orientação jurídica do sindicato dos trabalhadores em transportes rodoviários de Santos e região, resolveu manter a greve, apesar de liminar do TRT (tribunal regional do trabalho).

A empresa, segundo o presidente do sindicato, Valdir de Souza Pestana, “vem se utilizando desse recurso de liminares, sempre induzindo Justiça do Trabalho a erro”.

Essa prática, explica o sindicalista, aliada à ameaça de imputar demissões por justa causa, desta vez foi agravada com anúncio na imprensa de contratação de empregados.

“Esse foi o estopim da paralisação”, pondera Pestana. “Muitos companheiros já vêm de longa data atrasando seus compromissos de energia elétrica, aluguel, água, impostos e alimentação de suas famílias”.

Empresa tenta  indenização milionária

Ele diz que a empresa “está inchada”, com 160 trabalhadores para dez ou 12 ônibus, “o que é um descalabro. Não nos cabe julgar sua administração, mas alguma coisa tem que ser feita imediatamente”.

“A prefeitura diz que tem de fazer licitação, a empresa ameaça com indenização milionária e isso não tem fim. Dessa forma, os trabalhadores ficam nessa lamentável situação”.

Em assembleia na madrugada deste sábado (10), os motoristas, pessoal de manutenção e demais funcionários decidiram manter a greve iniciada espontaneamente 11 horas antes.

Por volta das 9 horas, quando o oficial de justiça chegou à garagem, a decisão dos trabalhadores foi mantida, mesmo diante dos argumentos legais da direção sindical.

A liminar determinava que os trabalhadores mantivessem em atividade 80% da frota nos horários de pico e 60%, nos demais períodos. Entende-se por pico os momentos entre 6 e 9 e 16 e 19 horas.

É a oitava greve no ano

Segundo Pestana, “a categoria resolveu não seguir a orientação jurídica e legal do sindicato por estar cansada. O mesmo grupo econômico está com problemas em todas suas filiadas”.

O sindicalista lembra que, só neste ano, esta é a oitava paralisação pelo mesmo motivo. Desta vez, a empresa deve o adiantamento salarial de 20 de setembro, o vale-refeição do dia 25 e o salário de 6 de outubro.

A viação deve ainda INSS e plano de saúde. O sindicato recebeu ofício do TRT, com prazo de dez dias para resposta, questionando se a empresa quitou as dívidas que motivaram a greve anterior.

No final da tarde de ontem (9), os motoristas decidiram deixar os ônibus nos pontos-finais das linhas, mas acabaram levando-os para a garagem por recomendação do sindicato.

A greve irá até quarta-feira porque esse foi o prazo prometido pela empresa para pagamento dos atrasados. Se ela quitar antes, o pessoal retornará ao trabalho imediatamente.

Fonte: Sindicato

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