PUBLICADO EM 21 de maio de 2021

Governo ignorou 10 emails da Pfizer sobre vacina em um mês, mostram documentos

De acordo com documentos da CPI da Covid obtidos pelo jornal Folha de S.Paulo, o governo federal ignorou ao menos dez emails enviados pela farmacêutica norte-americana Pfizer discutindo e cobrando uma resposta formal do governo sobre uma oferta de vacinas ao país.

Os emails foram entregues pela Pfizer à CPI em caráter sigiloso e mostram a insistência da farmacêutica para negociar vacinas contra a Covid-19 com o governo brasileiro e a ausência de respostas do Ministério da Saúde.

Os contatos foram realizados em um período inferior a um mês, entre 14 de agosto e 12 de setembro de 2020, época em que a pasta era chefiada pelo general da ativa Eduardo Pazuello.

Ainda de acordo com o jornal, a primeira oferta da Pfizer foi formalizada ao Brasil em 14 de agosto, de 30 milhões e 70 milhões de doses, e tinha validade até o dia 29 daquele mês. Depois deste primeiro contato, a farmacêutica ainda enviou emails por três dias cobrando uma resposta, até que uma representante da empresa telefonou para uma técnica da Sctie (Secretaria de Ciência, Inovação e Insumos Estratégicos) do Ministério da Saúde.

Durante esse período, a farmacêutica entra em contato várias vezes com o governo brasileiro, por email e por telefone, cobrando uma resposta do Ministério da Saúde sobre a oferta das vacinas e reforçando a validade da primeira proposta, válida até 29 de agosto.

Após o vencimento da primeira proposta, a empresa fez novos contatos com o ministério se colocando à disposição para reunião sobre o andamento dos estudos da vacina, e dizendo que a Pfizer já havia fechado acordo com os Estados Unidos para fornecimento do imunizante, de modo que a celeridade nas negociações seria crucial, uma vez que havia um número limitado de doses em 2020.

Fonte: Isto É

COLUNISTAS

QUENTINHAS