O presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo, repudiou o plano do governo revelado por Paulo Guedes de suspender os reajustes do salário mínimo e das aposentadorias vinculados à inflação.
“É uma desfaçatez. Um governo desalmado, que não responde aos interesses de um povo que sofre com a falta de emprego, de oportunidade, de assistências sociais, e de um retrato de um Brasil caótico, onde 33 milhões de pessoas passam fome, com famílias que dormem e acordam sem saber se tomarão café, se irão almoçar ou jantar”, afirmou Adilson.
Para o presidente da Central, a proposta mostra quais são as reais intenções do governo Bolsonaro. “Deixa claro e evidente que todas as medidas adotadas pelo governo são medidas eleitoreiras. O Paulo Guedes, que quando do debate da reforma da Previdência ameaçou cortar pela metade o BPC, um direito que assiste as pessoas com deficiência e extremamente pobres, segue à risca a sua cartilha. Passadas as eleições, independente do resultado eleitoral, o Guedes deve aprofundar o seu receituário com vistas a subtrair o salário mínimo bem como o benefício da aposentadoria e pensão, já que sua proposta de emenda constitucional é exatamente desvincular o reajuste do salário mínimo da inflação”.
“Essa medida coloca em cheque também o prometido Auxilio Brasil. Se não bastasse o Auxilio não estar previsto no Orçamento de 2023, na medida que o governo já sinaliza que vai cortar o salário mínimo, das aposentadoras e das pensões, reforça a tendência de que no ano que vem os trabalhadores não terão o Auxílio. O governo vem transformando as contas públicas num verdadeiro caixa para satisfazer a ganância dos ricos e dos banqueiros, seja através do uso dos recursos do caixa público, seja através da política vergonhosa do orçamento secreto”.
“Dessa dupla Bolsonaro e Paulo Guedes não devemos esperar nenhuma novidade. Um governo lesa-pátria, que responde única e exclusivamente aos interesses do mercado, do grande capital e do capital especulativo. Nós já estamos há 4 anos sem garantir o aumento real do salário mínimo”.
“A política de valorização do salário mínimo é fruto de uma luta unitária das centrais sindicais, que mobilizou milhões de trabalhadores por todo o país e que conseguiu uma política no governo Lula resultando em ganho de 77%. Ou seja, o governo Lula conseguiu destinar o maior ganho real do salário mínimo dos últimos 50 anos. É lamentável que tenhamos hoje essa agenda de retrocessos”.
Fonte: Hora do Povo