Neste mês, a música brasileira corrige uma injustiça com um de seus maiores artistas, o genial Getúlio Côrtes, um dos principais compositores da Jovem Guarda e do rock brasileiro.

Por Fernando Rosa

Foto: Divulgação

Aos 80 anos, ele lança no Rio de Janeiro seu primeiro disco batizado de “As Histórias de Getúlio Côrtes”. Contendo clássicos de sua lavra, ele é acompanhado de músicos de várias gerações, entre eles Marcelo Callado (Do Amor, Caetano Veloso), Benjão (Abayomi Afrobeat Orchestra), Melvin (Carbona, Acabou La Tequila). A produção musical de André Paixão e a direção artística de Marcelo Fróes.

Para quem não sabe, é de sua autoria, por exemplo, um dos maiores hits de Roberto Carlos, a música Negro Gato, que marcou a geração dos anos sessenta. Mas não apenas essa música ficou famosa na voz do “Rei” e de outros artistas da época, como Renato e Seus Blue Caps, Erasmo Carlos, Leno e Lilian e Wanderléa, entre outros. Também O Sósia, O Gênio, Noite de Terror, Esqueça e Perdoe, Toque Pra Frente, Quase Fui Lhe Procurar e Eu Só Tenho Um Caminho. São canções que vivem até hoje no imaginário popular, nos discos da época e no repertório de novos artistas.

O carioca Getúlio Côrtes divide com o paulista Baby Santiago, este na primeira fase, o panteão dos principais compositores negros do rock nacional. Nos anos 60, ele criou o grupo vocal Wonderful Boys e foi assistente de produção do grupo Renato e Seus Blue Caps, até conhecer Roberto Carlos e tornar-se um de seus compositores favoritos – o rei da JG gravou 13 canções de sua autoria. Aliás, Getúlio Côrtes é o único compositor a também ter duas músicas gravadas em um mesmo disco por Roberto Carlos, como ocorreu, por exemplo, em “O Inimitável”, lançado em 1968.

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Fernando Rosa é jornalista, produtor cultural, editor do portal Senhor F e colaborador do site Rádio Peão Brasil.