A eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva turbinou de energia a campanha salarial dos quinze mil frentistas do Município do Rio de Janeiro. A categoria acredita que com o novo governo os trabalhadores terão mais chances de avançar nas negociações salariais. Em assembleia realizada, nesta quinta-feira (8), os trabalhadores aprovaram a pauta de reivindicações para a construção da Convenção Coletiva 2023/2025.
Apesar de a data-base ser 1º de março, a assembleia foi antecipada para que a pauta receba todos os ajustes, logo nos primeiros dias de janeiro. O presidente do SINPOSPETRO-RJ, Eusébio Pinto Neto, explicou que vai aguardar os primeiros atos do novo governo para fechar o percentual de aumento a ser reivindicado. Ele disse que vai lutar por aumento real nos salários da categoria.
“O presidente Lula tem como projeto dar aumento real no salário mínimo e nós ainda não sabemos quanto. Não podemos exagerar muito na reivindicação, mas vamos nos impor enquanto categoria. Também há a proposta de revogar alguns pontos da Reforma Trabalhista e isso pode mudar as reivindicações das cláusulas sociais”, completou ele.
Eusébio Neto acrescentou que pretende entregar a pauta de reivindicações aos patrões, na segunda quinzena de janeiro, para que as propostas sejam debatidas com calma. Segundo ele, as festividades de fim de ano e o carnaval, em fevereiro, reduzem o tempo do processo negocial.
REIVINDICAÇÕES
Além da luta por melhores salários, o sindicato reivindica para a categoria um piso salarial de Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e gratificação de 25% para o empregado que exercer a função de frentista caixa. A diretoria vai brigar pelo ticket alimentação de R$ 650,00 e pelo vale-refeição diário de R$ 25,00. Para os frentistas que trabalham no sistema de escala 12 X 36, o sindicato vai exigir a concessão de dois tickets refeição por dia. A entidade quer, também, que o tempo, do prêmio aposentadoria, de três pisos salariais, pago para quem trabalha oito anos na mesma empresa, seja reduzido para cinco anos. A proposta prevê reajuste acima da inflação para todos os benefícios.
Com relação às cláusulas sociais, a pauta prevê a obrigatoriedade da homologação no sindicato e a proibição de bombas de autosserviço nos postos de combustíveis. Na pauta de reivindicações, a entidade pede a extensão do plano ambulatorial para os dependentes dos trabalhadores, assim como a concessão da assistência odontológica para a categoria.