PUBLICADO EM 24 de out de 2019
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Frentistas combatem bombas automáticas e defendem emprego

Poderosos grupos econômicos voltam a atacar a categoria dos frentistas. Eles retomam ofensiva derrotada nos anos 90, no governo FHC, pela qual queriam o autosserviço nos postos de todo o País. A medida quebraria milhares de pequenas empresas e desempregaria em massa.

A Agência Sindical apoiou aquela luta, encerrada, com vitória, por meio da Lei 9.956/2000. O autor, então, foi o deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB). A articulação ampla da categoria levou o presidente Fernando Henrique a sancionar a lei.

Cartel – O setor de postos é repleto de pequenas empresas e corre risco de ser dominado por meia dúzia de refinarias e distribuidoras, alerta o presidente da Federação Nacional dos Frentistas (Fenepospetro), Eusébio Luiz Pinto Neto.

Em entrevista à Agência Sindical, o dirigente relata a luta contra o sistema self-service e aponta diversos prejuízos. Eusébio afirma: “A iniciativa teria duplo efeito, pois quebraria parte das 42 mil empresas do ramo e geraria grande volume de demissões”.

Eusébio apontou os inúmeros impactos da implantação do autoserviço

• Self-service 
“A mando das grandes distribuidoras, parlamentares tentam revogar a Lei 9.956/2000, que proíbe o self-service. Sob o governo atual, a pressão aumentou. Travamos uma luta gigantesca pra aprovar aquela lei, pois à época havia distribuidoras prontas pra implantar o sistema em avenidas inteiras de São Paulo”.
• Pressão
“Os interessados na derrubada da proibição são as grandes distribuidoras e refinarias. Com este governo eles conseguiram assumir a produção de Petróleo no Brasil. E, agora, têm interesse de entrar na revenda e verticalizar o setor. Para isso, eles impõem a condição de implantar o self-service, pra diminuir custos com mão de obra”.
• Prejuízos 
“O mercado tem 42 mil empresas que ocupam mais de 600 mil trabalhadores. Com a implantação do autosserviço, o setor ficaria na mão de meia dúzia de empresas. Quebraria as pequenas e afetaria 90% da categoria. Seria uma transição rápida. Haveria desemprego em massa. Atingiria, direta e indiretamente, mais de dois milhões de pessoas”.
• Sociedade
“É importante a sociedade se manifestar, porque também será afetada. O posto de combustível é um ambiente de periculosidade e insalubre. O frentista está treinado pra lidar com os produtos e a forma de abastecer. Existem Normas Reguladoras com procedimentos específicos.  É um risco desnecessário à saúde do cliente utilizar bombas automáticas, inclusive devido ao benzeno, que é muito nocivo pra saúde”.
• Saúde 
“O posto de combustível é um local inseguro, tanto assim que os trabalhadores recebem adicionais por conta dos riscos. Em contato com a pele, o combustível provoca graves estragos. O benzeno, por exemplo, é cancerígeno. Ao estimular o cliente a abastecer seu próprio veículo, os grandes grupos não estão nem aí pra saúde do cliente. Querem apenas lucrar mais e rapidamente.”
Vídeo da Semana – A entrevista de 12 minutos começa a ser exibida no Canal Youtube da Agência Sindical na próxima semana.
 
Mais – Acesse o site da Fenepospetro

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