O Fórum da Indústria do ABC, voltado à retomada do setor nas sete cidades, realizou sua segunda reunião nesta quinta-feira (14/07) na sede da Universidade São Judas Tadeu, em São Bernardo do Campo. O encontro contou com a participação de 60 representantes dos setores público e privado da região e foi organizado pela Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC.
No evento foi apresentado o recorte do setor têxtil, que, segundo dados do DECOMTEC/FIESP (Departamento de Competitividade e Tecnologia), de 2007 a 2019, o VTI (Valor de Transformação Industrial) no Grande ABC recuou 38,9%, enquanto, no Estado, caiu 24,6%.
O diretor de planta da Rhodia Solvay em Santo André, Hugo Kitagawa, destacou a importância do setor na região e no país, principalmente na geração de empregos, bem como os principais desafios enfrentados.
“São 1,5 milhão de empregos diretos, cerca de 8 milhões indiretos. No Brasil, a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção) possui mais de 25 mil indústrias associadas e isso demonstra a importância do setor, que vem enfrentando cenários negativos com saldo positivo nos empregos. Atualmente, o custo da matéria-prima e a inflação alta são as preocupações do setor”, comentou Hugo.
O Desenvolve SP, considerado o banco do empreendedor, apresentou dados sobre a atuação do programa na região. Entre 2019 e 2022, foram aplicados R$ 76,1 milhões que beneficiaram diretamente 313 empresas e 2 prefeituras. Para ampliar a atuação nos sete municípios, o objetivo é que seja realizada a assinatura de um acordo de cooperação entre a Agência e a instituição do Governo do Estado de São Paulo.
“O nosso foco é fomentar a Indústria, dar crédito. Por isso estamos trazendo esse panorama com diversas soluções. O acordo de cooperação busca justamente isso, formalizar para não ser algo do momento e sim, permanente”, relatou Gabriel Aidar, superintendente de desenvolvimento de negócios e tecnologia do Desenvolve SP.
O encontro marcou ainda o início das discussões sobre o Pacto Regional. O presidente da Agência, Aroaldo Oliveira da Silva, apresentou os pontos iniciais que serão formalizados pelos atores da região.
“Além de manter esse fórum permanente, um dos esforços é desenhar um pacto regional, formado pelas iniciativas de cada setor, buscando manter a pungência da indústria da região, indo contra esse desmonte que nós vemos atualmente. Entre os mais diversos itens deste pacto, vamos fortalecer o sistema regional de inovação, unindo o desenvolvimento sustentável, tanto no espaço público quanto no privado. A Indústria tem capacidade e espaço de desenvolvimento e precisamos ir além das parcerias pontuais, e sim organizar de fato, tornando a região referência”, finalizou o presidente.
Lançado em maio durante o evento “Futuro da Indústria no ABC” e organizado pela Agência de Desenvolvimento Econômico Grande ABC, o Fórum permanente tem por objetivo pautar ações dos governos municipal, estadual e federal na região.
Fonte: Agência GABC
