A queda da inflação fez o Banco Central (BC) interromper o ciclo de alta dos juros após um ano e meio de reajustes seguidos. Por 7 votos a 2, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa Selic, juros básicos da economia, em 13,75% ao ano.
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e os diretores Bruno Serra Fernandes, Carolina de Assis Barros, Diogo Abry Guillen, Maurício Costa de Moura, Otávio Ribeiro Damaso e Paulo Sérgio Neves de Souza votaram pela manutenção da taxa. Os diretores Fernanda Magalhães Rumenos Guardado e Renato Dias de Brito Gomes votaram pela elevação em 0,25 ponto.
A taxa continua no maior nível desde janeiro de 2017, quando também estava em 13,75% ao ano. Essa foi a primeira pausa nas elevações após 12 altas consecutivas, num ciclo que começou em meio à alta dos preços de alimentos, de energia e de combustíveis.
De março a junho do ano passado, o Copom tinha elevado a taxa em 0,75 ponto percentual em cada encontro. No início de agosto, o BC passou a aumentar a Selic em 1 ponto a cada reunião. Com a alta da inflação e o agravamento das tensões no mercado financeiro, a Selic foi elevada em 1,5 ponto de outubro do ano passado até fevereiro deste ano. O Copom promoveu dois aumentos de 1 ponto, em março e maio, e dois aumentos de 0,5 ponto, em junho e agosto.
Antes do início do ciclo de alta, a Selic tinha sido reduzida para 2% ao ano, no nível mais baixo da série histórica iniciada em 1986. Por causa da contração econômica gerada pela pandemia de covid-19, o Banco Central tinha derrubado a taxa para estimular a produção e o consumo. A taxa ficou no menor patamar da história de agosto de 2020 a março de 2021.
A Força Sindical protestou e nota contra a manutenção da taxa
A Força Sindical, presidida por Miguel Torres, considerou um equivoco a decisão de manter a Taxa Selic nos atuais 13,75 a.a.. O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, de acordo com Torres, perdeu uma ótima oportunidade que poderia funcionar como um estímulo para a criação de empregos, a produção e o consumo.
Segundo o sindicalista, a Taxa Selic, hoje em patamares estratosféricos segue na contramão da produção, do crédito, do consumo e da geração de empregos. “A crise é dolorosa para os trabalhadores, que, além de sofrerem com o desemprego, amargam taxa de juros altas e a redução criminosa, constantemente, dos seus diretos e de sua proteção social”, lamenta o sindicalista.
Confira a seguir a íntegra da nota:
Nota sobre anúncio da Taxa Selic
A Força Sindical considera um equívoco econômico manter a taxa de juros em 13,75 a.a.. A decisão foi anunciada nesta quarta-feira (22), pelo Copom – Comitê de Política Monetária.
Entendemos que o Banco Central perdeu uma ótima oportunidade que poderia funcionar como um estímulo para a criação de empregos, a produção e o consumo.
Tivemos desnecessárias altas e seguidas dos juros, que seguem em patamares estratosféricos. Vale ressaltar que juros altos seguem na contramão da produção, do crédito, do consumo e da geração de empregos.
A crise é dolorosa para os trabalhadores, que, além de sofrerem com o desemprego, amargam taxa de juros altas e a redução criminosa, constantemente, dos seus diretos e de sua proteção social.
Lutamos pelo desenvolvimento e a valorização do trabalho. Defendemos a implementação de políticas que priorizem a retomada do investimento, o crescimento da economia, a geração de empregos, a redução da desigualdade social, o combate à pobreza e a distribuição de renda.
São Paulo, 21 de setembro de 2022
Miguel Torres
Presidente da Força Sindical