PUBLICADO EM 01 de jul de 2025

Fiesp promove debate sobre relações de trabalho e Agronegócio

Fiesp promove debate sobre relações de trabalho e Agronegócio, destacando a importância do diálogo entre trabalhadores e empregadores

Fiesp promove debate sobre relações de trabalho e Agronegócio - Foto: Jaélcio Santana

Fiesp promove debate sobre relações de trabalho e Agronegócio – Foto: Jaélcio Santana

O presidente da Força Sindical, Miguel Torres, participou do encontro do Conselho Superior do Agronegócio – COSAG da FIESP e do Conselho Superior de Relações do Trabalho – CORT da FIESP. Miguel fez uma breve explanação sobre o tema: “As relações de trabalho e o Agronegócio”.

O sindicalista ressaltou que durante a Plenária Nacional em Brasília, em 29 de abril, o movimento sindical apresentou as prioridades da nova Pauta da Classe Trabalhadora para 2025. “Essa pauta unifica ações, orienta mobilizações e fortalece nossa atuação em todos os níveis”, disse o sindicalista.

Ele defendeu o fortalecimento das negociações coletivas como caminho essencial para garantir melhores condições de trabalho. “Precisamos aprimorar o diálogo entre trabalhadores e empregadores. Assim, asseguramos acordos justos e promovemos a justiça social no ambiente laboral.”

Na oportunidade, Miguel também aproveitou para destacar o Projeto de Valorização da Negociação Coletiva, alinhado à Convenção 151 da OIT. “Essa medida atualiza nosso sistema sindical, garante direitos, combate práticas antissindicais e respeita a autonomia das assembleias”, defendeu o líder sindical.

O dirigente da Força também defendeu a redução da jornada de trabalho sem redução de salários. Ele alertou que é urgente controlar horas extras e eliminar escalas exaustivas como a 6×1.

“Precisamos adotar jornadas que respeitem a dignidade humana e ofereçam mais qualidade de vida.”

Ele defendeu o agronegócio consciente. “É preciso gerar empregos de qualidade, respeitar o meio ambiente e garantir uma transição justa para um futuro sustentável.”

Veja a seguir a integra da fala do presidente da Força Sindical:

São Paulo, 30 de junho de 2025

As relações de trabalho e o Agronegócio

Por Miguel Torres
Presidente da Força Sindical, Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes e da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos)

Bom dia companheiros e companheiras:

As prioridades da Pauta da Classe Trabalhadora para 2025 apresentadas na Plenária Nacional, realizada em Brasília, em 29 de abril de 2025, constituem um referencial do movimento sindical. Essa pauta foi elaborada, de forma unitária, pelas centrais sindicais para orientar mobilizações, negociações e atuações institucionais nos níveis nacional, regional e setorial.

A Pauta é desdobramento e atualização da Pauta da Classe Trabalhadora aprovada na CONCLAT de abril de 2022, que apresentou 63 diretrizes para o desenvolvimento do Brasil, elaboradas a partir dos desafios e da perspectiva do mundo do trabalho.

Dessa forma determinamos e vamos intensificar a luta:

A questão do Fortalecimento das Negociações Coletivas:

O fortalecimento das negociações coletivas é fundamental para garantir melhores condições de trabalho e relações laborais mais equilibradas. Isso envolve aprimorar o diálogo entre empregadores e trabalhadores, buscando soluções que atendam aos interesses mútuos e promovam a justiça social. A negociação coletiva, quando bem conduzida, pode transformar a realidade do ambiente de trabalho e gerar ganhos para ambas as partes.

É importante a diminuição da informalidade e aumentar a sindicalização, reforçando a importância de incentivar a negociação coletiva focada no local de trabalho. Temos que insistir no diálogo tripartite e transformar a negociação coletiva em um instrumento fundamental para o crescimento econômico, o desenvolvimento social e o fortalecimento da democracia.

Aprovar o Projeto de Valorização da Negociação Coletiva no Setor Privado e Público (Convenção 151 da OIT) e de Atualização do Sistema Sindical, fundado na autonomia sindical, visando incentivar as negociações coletivas, promover solução ágil dos conflitos, garantir os direitos trabalhistas, assegurar o direito de greve e coibir as práticas antissindicais, favorecendo a reestruturação da organização sindical para ampliar a representatividade e a organização em todos os níveis, estimulando a cooperação sindical entre os trabalhadores e o respeito às assembleias, inclusive com o financiamento solidário e democrático da estrutura sindical.

Reduzir a Jornada

Reduzir a jornada de trabalho, sem redução de salário, com controle das horas extras e eliminando as formas precarizantes de flexibilização.
Acabar com a escala 6×1, com a substituição, em cada setor econômico e categoria profissional, por jornadas que promovam melhores condições de trabalho e de vida, eliminando escalas que intensificam a precarização laboral.
Ampliar as políticas ativas de geração de trabalho decente, para enfrentar o desemprego, o subemprego, a rotatividade, a informalidade, a terceirização, a pejotização, o trabalho intermitente e os impactos da automação e da inteligência artificial.

A questão do emprego

O trabalho decente é o trabalho produtivo e adequadamente remunerado, exercido em condições de liberdade, igualdade e segurança. É um trabalho exercido sem quaisquer formas de discriminação e capaz de garantir vida digna para todos.

Com mais emprego, há mais consumo e, consequentemente mais produção. Isto gera crescimento econômico com melhora no mercado de trabalho. O desemprego é um problema que causa enormes danos à sociedade. Eles não se restringem somente à perda dos rendimentos e do poder de compra. O desemprego é fator de desagregação familiar, de aumento do alcoolismo e da violência. Além disso, esta adversidade temporária é danosa à saúde do trabalhador, incluindo problemas psicológicos.

É perfeitamente possível partir da premissa que, na sociedade em que vivemos, emprego é tudo. Com emprego, as pessoas têm condições de suprir suas principais necessidades básicas: comida na mesa, moradia, transporte, vestuário, escola para os filhos, serviços de saúde eficientes e lazer de qualidade.

Juros Altos

É importante ressaltar que juros altos (hoje estão 15% a.a.) estrangulam a produção, o consumo e a geração de empregos. É um dado preocupante! Diminuir as taxas de juros é uma luta de toda sociedade que produz e gera renda.

Agronegócio

É importante incentivar o agronegócio de forma consciente, visando o desenvolvimento e a geração de empregos com qualidade. No Brasil, o agronegócio emprega mais de 28 milhões de pessoas, representando cerca de 26% do total de ocupações no país. Esse número inclui diversos setores, desde a produção agrícola e pecuária até os serviços de apoio ao agronegócio.

Enfrentar as mudanças climáticas e a emergência ambiental por meio de uma Política Nacional de Transição Justa, que garanta a recuperação e preservação do meio ambiente, a geração de empregos de qualidade, orientada pelo trabalho decente e por um protocolo nacional de proteção aos trabalhadores e trabalhadoras para situações de calamidades climáticas.

Promover a transição ecológica garantindo o direito ao desenvolvimento sustentável do Sul Global, com base em um crescimento econômico assentado em tecnologias limpas, inovação e justiça climática, sem repetir os impactos ambientais causados historicamente pelos países centrais, com transferência tecnológica, financiamento e acesso equitativo a recursos.

Leia também: Sindicalistas debatem saídas para crise no setor da borracha

COLUNISTAS

QUENTINHAS