A Federação dos Professores de São Paulo -Fepesp realizou neste sábado, 12/02, a décima segunda edição do seu Conselho de Entidades Sindicais, o Consind, para discutir a atuação da representação sindical neste momento de crise e atualizar a estrutura de sustentação financeira da entidade.
A Fepesp é integrada por 25 sindicatos de professores e de auxiliares de administração escolar nas escolas particulares do Estado de São Paulo. O Consind é uma das instancias deliberativas da Federação, apenas abaixo, em sua competência, ao Congresso da entidade. “Desde a sua formação em 1986 e sua fundação em 1988, a Fepesp pratica a isonomia de participação de todos os sindicatos que a compõem”, disse Celso Napolitano, presidente da Fepesp, na abertura da conferência. “Todas as nossas decisões sempre foram adotadas por consenso entre os sindicatos integrantes”. A Fepesp representa mais de 80% dos professores e cerca de 40% dos auxiliares de administração escolar nas escolas particulares do Estado de são Paulo.
A programação do Consind incluiu a discussão da atual conjuntura político-sindical com a participação do consultor sindical João Guilherme Vargas Neto e Vânius de Oliveira, Secretário sindical estadual do PCdoB.
Em sua apresentação, João Guilherme lembrou que o movimento sindical enfrenta desafios representados por uma “tríplice agressão”: uma queda representada pelo desemprego, o ‘coice’ pela reforma (ou “deforma”, como ele qualifica) trabalhista promovida no governo Temer e uma terceira agressão representada pela eleição de Jair Bolsonaro. Mesmo assim o movimento sindical tem demonstrado uma capacidade de reorientação muito positiva, na sua opinião, com o avanço na unidade de ação das entidades sindicais, representada perla convocação de uma conferência das classes trabalhadoras, a Conclat, para o próximo dia 7 de abril. “Esse será uma ação importante pelo restabelecimento entre o Movimento Sindical e a sociedade”, rompido com as agressões registradas.
Vânius de Oliveira afirmou que não é possível subestimar a capacidade de organização dos trabalhadores e isso deverá se refletir nas eleições presidenciais deste ano. São Paulo, na sua opinião, tem grande relevância nessa disputa eleitoral, pela possibilidade de divisão nos partidos de direita e extrema direita. “Estamos iniciando ano muito importante na luta sindical, e esse cenário é fundamental para nós avançarmos na nossa organização”, disse, ao ressaltar também a importância da Conclat, 40 anos após a realização da primeira Conferência, em 1982. “A luta eleitoral será a principal batalha pela sobrevivência do movimento sindical e pela reconstrução do país”, disse Vânius.
O Conselho Sindical da Fepesp concluiu pelo estabelecimento de valores para a contribuição de cada um dos seus sindicatos integrantes ao orçamento da entidade, de acordo com as disposições estatutárias da Federação, em decisão por consenso dos delegados e delegadas ao Consind. Foi adotado um modelo de contribuição distribuído em faixas de participação financeira. Prevaleceu o espírito de solidariedade dos sindicatos de maior capacidade financeira que concordaram em assumir a maior parte do custo de funcionamento da Federação, favorecendo a participação dos sindicatos mais vulneráveis.
“Essa decisão é um verdadeiro marco na nossa história”, diz Celso Napolitano. “Foi uma proposta construída com a participação dos sindicatos integrantes, aperfeiçoada e afinada durante o nosso Consind e decidida por unanimidade, de forma consensual. Isso reforça o nossa disposição de luta e nos prepara para o futuro”, conclui Napolitano.
Fonte: Fepesp