PUBLICADO EM 25 de out de 2024
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Fenabor pede informações sobre denúncia de cartel em multinacionais

Em ofício assinado por Márcio Ferreira, FENABOR solicita parecer do CADE sobre investigação de cartel em multinacionais. Saiba mais sobre.

O Cade descobriu que o cartel em multinacionais compartilhava informações sobre salários e vários benefícios dados aos trabalhadores. Foto: SECOM/CADE

O Cade descobriu que o cartel em multinacionais compartilhava informações sobre salários e vários benefícios dados aos trabalhadores. Foto: SECOM/CADE

A FENABOR – Federação Nacional da Borracha, enviou um ofício assinado pelo presidente da entidade, Márcio Ferreira, ao Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), solicitando parecer sobre a investigação de formação de cartel em multinacionais.

Segundo denúncias divulgadas neste mês, o cartel estaria atuando para controlar a concorrência, o que afeta diretamente nas oportunidades de emprego no setor, precarizando os direitos dos trabalhadores.

A Federação afirma que “é fundamental que tenhamos clareza sobre os passos que estão sendo tomados pelo CADE para garantir a livre concorrência e proteger os direitos dos trabalhadores, inclusive das empresas que atuam de forma ética e transparente” e reivindica “informações detalhadas acerca da investigação em curso sobre a possível formação de cartel entre multinacionais”, elencando:

  1. Informações sobre os principais pontos da investigação em andamento, incluindo o prazo estimado para a sua conclusão;
  2. Detalhes sobre as empresas envolvidas e as práticas investigadas;
  3. Quais medidas estão sendo adotadas pelo CADE para prevenir práticas anticompetitivas no setor de borracha (artefatos e pneumáticos) e áreas correlatas;
  4. Informações sobre como a FENABOR pode colaborar com o CADE nesta investigação e em futuras iniciativas de promoção da concorrência socialmente justa.

Entenda o caso

O Cade iniciou uma investigação sobre 33 multinacionais de vários setores por suspeita de formação de cartel. As empresas são acusadas de limitar a livre concorrência na busca de profissionais no Brasil, o que impede que candidatos recebam ofertas vantajosas de emprego.

A conduta anticompetitiva teria ocorrido, pelo menos, a partir de 2004, e teria durado até, pelo menos, início de 2021. Em um acordo de leniência, o órgão descobriu que o cartel compartilhava informações sobre salários e benefícios de trabalhadores. Existem “indícios robustos de infração à ordem econômica”, segundo o órgão. Caso as empresas sejam condenadas, poderão enfrentar multas que podem chegar a até 20% do seu faturamento anual.

Nenhum profissional que estivesse no radar desse cartel receberia ofertas vantajosas.

Confira a lista das multinacionais suspeitas

  • Alcoa Alumínio S.A.
  • Avon Cosméticos Ltda.
  • C&A Modas S.A.
  • Cargill Agrícola S.A.
  • Claro S.A.
  • Coca Cola Indústrias Ltda.
  • Companhia Siderúrgica Nacional
  • Dow Brasil Sudeste Indústria Ltda.
  • Danisco Brasil Ltda. (sucessora de Dupont Nutrition Brasil Ingredientes)
  • General Motors do Brasil Ltda.
  • Goodyear do Brasil Produtos de Borracha Ltda.
  • IBM Brasil – Indústria Máquinas e Serviços Ltda.
  • Kimberly-Clark Brasil Indústria e Comércio de Produtos de Higiene Ltda.
  • Klabin S.A.
  • Arcos Dourados Comércio de Alimentos Ltda.
  • Monsanto do Brasil Ltda.
  • Natura Cosméticos S.A.
  • Nestlé Brasil Ltda.
  • Pepsico do Brasil Ltda.
  • Philips do Brasil Ltda.
  • Pirelli Comercial de Pneus Brasil Ltda.
  • Sanofi Aventis Comercial e Logística Ltda.
  • Sanofi Aventis Farmacêutica Ltda.
  • Serasa S.A.
  • Siemens Energy Brasil Ltda.
  • BAT Brasil/Souza Cruz Ltda.
  • IPLF Holding S.A.
  • Syngenta Proteção de Cultivos Ltda.
  • Vale S.A.
  • Volkswagen do Brasil Indústria de Veículos Automotores Ltda.
  • Votorantim Cimentos S.A.
  • Votorantim Industrial S/A.
  • White Martins Gases Industriais Ltda.

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