A Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT-SP (FEM-CUT/SP) reuniu a direção da entidade e representantes dos sindicatos filiados para um balanço da Campanha Salarial 2023.
O encontro também rendeu uma análise política do momento e as perspectivas do próximo ano.
O encontro aconteceu em Cajamar, no instituto do mesmo nome, nesta quinta-feira, 7.
Além dos dirigentes sindicais da base da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT/SP, participaram da reunião o presidente da CUT/SP, Raimundo Suzart, a presidenta do Instituto Lula e vice-presidenta da CUT/SP, Ivone Silva, e o secretário-geral da CUT/SP, Daniel Bispo Calanz.
Na reunião, a direção da FEM-CUT/SP apresentou um histórico do processo da Campanha Salarial 2023, que teve início com a construção da pauta de reivindicações.
Em seguida foi aprovada pela categoria em todo Estado de São Paulo, passando pelas negociações e chegando ao momento de mudança de roda e estratégias para garantir os resultados.
Na avaliação dos dirigentes sindicais, o maior entrave das negociações da Campanha Salarial deste ano foi a postura das bancadas patronais.
Eles apresentavam argumentos que eram diferentes daqueles que os representantes dos trabalhadores tinham das empresas.
Os sindicalistas apontam que essa postura mostrou claramente que os patrões não estavam tratando as negociações com seriedade.
Com isso, a direção da FEM e os sindicatos filiados mudaram a estratégia e intensificaram a luta para construir acordo por empresa.
A medida dos sindicalistas da base da Federação Estadual dos Metalúrgicos da CUT/SP foi fundamental para garantir acordos com aumento real nos salários e também os direitos sociais da categoria, ficando acima das negociações realizadas no Brasil, segundo balanço do Dieese.
Para a direção da Federação e dos sindicatos filiados, a Campanha Salarial 2023 conseguiu quebrar a lógica que as bancadas patronais tentavam impor e isso uniu e fortaleceu as entidades sindicais para construir um novo modelo de negociação a partir de 2024.
Conquistas
Para Erick Silva, presidente da FEM-CUT/SP, apesar de algumas dificuldades no fechamento da Campanha Salarial 2023 com as bancadas patronais, o resultado é bastante exitoso, com acordo que garantiram aumento real nos salários e a manutenção dos direitos.
“Nós tivemos, em toda base, o menor reajuste [de salário] de 5,1% ou de 1% de aumento real, reajuste de 6,14% em grande número de empresas, vários segmentos patronais. Então, essa Campanha Salarial, que apesar da gente ter tido alguma dificuldade no fechamento das Convenções Coletivas [de Trabalho], cada sindicato, cada dirigente fez o seu papel na base e construiu os acordos coletivos. Essa é a perspectiva, que a gente garanta os direitos das trabalhadoras e dos trabalhadores. Parabéns para os 13 sindicatos organizados, parabéns a FEM-CUT que termina esse ano de 2023 com muito êxito”, enfatiza Erick.
Max Pinho, secretário-geral da entidade, destaca o papel dos sindicatos filiados à Federação e dos dirigentes sindicais, que buscaram acordos para garantir os direitos da categoria.
“Além do resultado econômico, tivemos o processo de mobilização que aconteceu na categoria. Então, os sindicatos na porta das fábricas dialogando com os trabalhadores, os trabalhadores protagonizando a busca da conquista dessa Campanha Salarial. Não foi possível fechar as Convenções Coletivas, mas a maioria dos trabalhadores está coberta por Acordos Coletivos. O importante foi toda essa mobilização da base junto com os sindicatos para garantir os seus direitos econômicos e sociais e principalmente a luta da categoria metalúrgica no Estado de São Paulo”, afirma ele.
Ele completa, ainda, que a mobilização vista na categoria demonstra a importância e confiança nos sindicatos.
“Os metalúrgicos deram um importante recado nessa Campanha Salarial, de mostras que estão juntos e confiam nos representantes sindicais na luta por seus direitos. Isso é uma vitória importante porque prova que os trabalhadores sabem que não é a empresa, não o patrão que o defende e sim os sindicatos que os representam”.
O futuro do Brasil e São Paulo
No encontro dos metalúrgicos, o presidente da CUT/SP, Raimundo Suzart, abordou os avanços e as dificuldades do primeiro ano de governo do presidente Lula e falou da luta que os trabalhadores têm para 2024.
“Em 2024, que a gente consiga fazer uma grande bancada de vereadores e prefeitos, para barrar a privatização da Sabesp, que a gente viu o que aconteceu esta semana, o desrespeito total aos trabalhadores e as trabalhadoras. Por isso, junto com os companheiros da direção dos metalúrgicos, a gente vai pensar no futuro e um futuro vitorioso a partir de 2024, mudando o Estado de São Paulo para que a gente fortaleça e dê mais poder para o presidente Lula mudar o Brasil”.
Ivone Silva, presidenta do Instituto Lula, destacou que, com o governo Lula, diversas políticas que haviam sido extintas, foram resgatadas, como o Bolsa-Família de R$ 600 e o salário mínimo com aumento real.
Para ela, é preciso seguir na luta para garantir ainda mais avanços.
“O nosso grande desafio em 2024 será que o governo consiga continuar atualizando a tabela do imposto de renda, que a economia cresça com uma taxa de juros menor para o trabalhador e para indústria, com mais crédito para a produção. Também temos que eleger vários trabalhadores e trabalhadoras nas eleições municipais de 2024”.
Fonte: FEM-CUT/SP / Foto: Érica Aragão / Imprensa SMetal – 11/12/2023