No texto o presidente da FMB, Dr. Casemiro Reis, considera tardia a decisão e lembra que o Brasil enfrenta o pior momento da epidemia. “Campinas está há pelo menos duas semanas com transmissão comunitária em graus elevados, e com a ocupação de leitos no limite da capacidade. Essa ação de controle, portanto, deveria ter sido anunciada antes”, diz o texto.
Reis lembra que o uso do recurso extremo do protocolo de isolamento que impede a circulação de pessoas ou cargas, tem funcionado na medida em que as ações de controle sanitário são acompanhadas de suporte social e financeiro aos trabalhadores da CLT e também aos informais.
“É necessário que todos possam contar com os recursos necessários à sobrevivência, aos cuidados de higiene e à plena dignidade humana”.
Confira a íntegra da nota:
FMB defende lockdown em Campinas
A Federação Médica Brasileira vem a público manifestar apoio à medida anunciada pelo prefeito Dário Saadi, de Campinas, no que se refere ao regresso, até o dia 16 de março, à fase vermelha do Plano SP de Combate à Covid-19. Esta entidade, na pessoa de seu Presidente Dr. Casemiro Reis, classifica como acertada a decisão do prefeito pela volta à fase mais restritiva, ainda que considere tardia a medida.
O Brasil enfrenta o pior momento da epidemia. Campinas está há pelo menos duas semanas com transmissão comunitária em graus elevados, e com a ocupação de leitos no limite da capacidade. Essa ação de controle, portanto, deveria ter sido anunciada antes.
Como medida adicional de redução no número de casos e mortes por covid- 19, e de alívio à sobrecarga nos hospitais, a FMB se posiciona como favorável à adoção de lockdown, providência que tem se mostrado eficaz onde foi adotada, como nos países europeus, notadamente no Reino Unido.
Imperativo esclarecer que, o uso do recurso extremo do protocolo de isolamento que impede a circulação de pessoas ou cargas, tem funcionado na medida em que as ações de controle sanitário são acompanhadas de suporte social e financeiro aos trabalhadores da CLT e também aos informais. Afinal, as pessoas ficam em suas casas. E, para isso acontecer, é necessário que todos possam contar com os recursos necessários à sobrevivência, aos cuidados de higiene e à plena dignidade humana.
Campinas, 05 de março de 2021
Dr. Casemiro Reis – Presidente da Federação Médica Brasileira