A informação é de Wagner Fajardo, um dos coordenadores do Sindicato, durante live da Agência Sindical, sexta, 22. “A postura da empresa, que é a mesma da Secretaria de Transportes Metropolitanos e do governo estadual, prejudica trabalhadores, usuários e a saúde pública”, critica.
Em tempos normais, o Metrô de SP transporta até cinco milhões de pessoas/dia. Com a desmobilização social, pela pandemia, esse número fica entre 600 e 900 mil pessoas. O dirigente conta que o Sindicato tem várias ações judiciais, nas quais busca proteger os direitos e a saúde dos metroviários. Um grupo de trabalhadores que cobravam máscaras foi demitido.
Leia os principais trechos da entrevista:
Ação sindical
O maior problema que enfrentamos nesse período é a falta de diálogo com o Metrô. O Sindicato teve que entrar com ação judicial para que afastassem todos acima de 60 anos e os do grupo de risco.
EPIs
Sindicato teve que ir à Justiça, para que a empresa tomasse as devidas medidas de proteção à saúde dos funcionários. Até para garantir o fornecimento de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) o Sindicato teve que acionar a Justiça.
Transporte
Normalmente o Metrô transporta cinco milhões de usuários/dia. No período da pandemia, transportamos entre 600 e 900 mil por dia. Nem Covas, nem Doria, nem Bolsonaro inibiram o capital de continuar explorando os trabalhadores. As pessoas ainda precisam sair para trabalhar, com medo de demissão.
Plano
Logo no início da pandemia elaboramos plano de emergência e propomos que o Metrô só transportasse usuários de serviços essenciais ou pessoas que necessitassem se deslocar para tratamento. Apresentamos a proposta na Alesp, na Secretaria de Transportes Metropolitanos, no Governo, no Metrô e ao responsável pela Linha 4. Não houve nenhuma resposta. Sem nos ouvir, eles adotaram medidas na contramão deste processo.
Terceirizados
A situação é mais dramática na Via Quatro e Via Mobilidade. Os funcionários fizeram pressão pra usar a máscara de proteção, que a empresa a princípio não permitia. Depois disso, a Via Quatro procurou o Sindicato e assinou acordo emergencial, alegando que não haveria demissões. No entanto, numa atitude totalmente desleal e desumana, após a assinatura do acordo, demitiu todos os funcionários que lutaram por seus direitos. Estamos tentando reverter a situação.
Orientação para usuários
Os trens são higienizados, não como deveriam ser. Recomendamos que evite utilizar o metrô no horário de pico, de maior concentração. São em média 660 mil usuários/dia.
Proteção
Nosso objetivo é evitar que a doença se propague. Por isso, defendemos a utilização de teste aos metroviários e a adoção do plano de emergência. Nosso objetivo não é inviabilizar nada, mas proteger os trabalhadores do sistema e os usuários.
Desvalorização
Estamos em Campanha Salarial e reivindicamos que o Metrô espere a pandemia passar para negociarmos. Mas a empresa se negou e alegou que não tinha autorização do governo. Entramos na Justiça e conseguimos uma cautela estendendo o acordo até 31 de julho. No dia 11, o Metrô apresentou no TRT uma proposta de reduzir os principais direitos da categoria. É um absurdo a atitude do governo com relação aos metroviários e outros trabalhadores dos serviços essenciais.
Isolamento
Defendemos a paralisação de todos os serviços que não sejam essenciais e que o trabalhador possa ficar em casa. Nosso principal objetivo é evitar que mais gente seja vítima dessa pandemia. As medidas de isolamento adotadas pelo prefeito e governador são muito tímidas.
Comunicação
Estamos inovando e nos reinventando. Mantemos o contato com a categoria pelo whatsapp, redes sociais e e-mail. Temos feitos reuniões virtuais semanais com a diretoria e cada ação é comunicada em boletins enviados por e-mail. Infelizmente a gente não consegue se relacionar com toda a categoria, porque as empresas bloqueiam os e-mails do Sindicato. O Metrô não se relaciona conosco e procura evitar que a gente se comunique com a categoria.
Assista – Perdeu a live? Não tem problema. Clique aqui e confira na íntegra.
Fonte: Agência Sindical