O diálogo, que aconteceu em 26 de janeiro 2016, foi enviado pela defesa do ex-presidente Lula ao Supremo Tribunal Federal (STF).
Em uma das mensagens, o procurador Deltan Dallagnol conversa com outro procurador, Orlando Martello Junior.
“Como expõe a Erika: ela entendeu que era pedido nosso e lavrou termo de depoimento como se tivesse ouvido o cara, com escrivão e tudo, quando não ouviu nada… DPFs [delegado da polícia federal] são facilmente expostos a problemas administrativos”.
Martello responde mostrando que, para ele, o maior problema não era a falsificação em si, mas sim o fato de que tal situação poderia levar ao descrédito da Lava Jato, já que Marena era uma delegada ligada à força-tarefa de Curitiba.
“Se deixarmos barato vai banalizar (…) vamos combinar com ela de ela nos provocar diante das notícias do jornal para reinquiri-lo ou algo parecido. Podemos conversar com ela e ver qual estratégia prefere. Talvez até, diante da notícia, reinquiri-lo de tudo. Se não fizermos algo, cairemos em descrédito”, argumentou o procurador.
Em 2019, o então ministro da Justiça, Sérgio Moro, nomeou Marena como chefe do Departamento de Recuperação de Ativos e Cooperação Jurídica Internacional da Secretaria Nacional de Justiça. Ela, no entanto, terminou exonerada do cargo em junho de 2020, dois meses depois que o ex-juiz deixou o Ministério do governo de Jair Bolsonaro.
Segundo a jornalista Mônica Bergamo, o ministro da Justiça, André Mendonça, foi questionado por ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) sobre a revelação de que a delegada Érika Marena, que coordenou investigações da Lava Jato, lavrou o depoimento de uma testemunha sem que ele tivesse ocorrido de fato. O ministro, ao qual a PF é subordinada, afirmou que averiguaria os fatos.
Com informações de Canal da Resistência
Leia também: