Após reunião da executiva do PDT, o partido oficializou nesta quinta-feira, 8, a pré-candidatura do ex-ministro Ciro Gomes à presidência da República. Ciro foi indicado por unanimidade pela Executiva. O presidente da legenda, Carlos Lupi, disse que a candidatura de Ciro é “irreversível”.
Em entrevista coletiva, Lupi contou que esteve com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que a situação política e jurídica do petista “machucava”, mas reforçou a intenção do partido de ter candidato próprio. “Acho que o Lula nesse processo foi injustiçado e machuca vê-lo sofrer.”
Questionado por jornalistas, Lupi disse que gostaria de ter o PT apoiando Ciro Gomes na disputa presidencial.
Na opinião de Milton Cavalo, Coordenador Nacional do Movimento Sindical no PDT, Ciro Gomes é a melhor opção para ocupar a presidência da República em relação não só aos interesses da classe trabalhadora, mas no que diz respeito a um projeto de desenvolvimento nacional. “O PDT, tendo a frente lideranças políticas como o Ciro sempre teve uma postura contraria à reforma trabalhista, desde o inicio das discussões”, destaca Cavalo.
O sindicalista esteve no lançamento da candidatura e ressalta que Ciro defende uma discussão mais ampla no que diz respeito a reforma Trabalhista e pretende, sendo eleito, rediscutir as mudanças na legislação, além de ser contrário a entrega do patrimônio nacional à iniciativa privada e ao capital estrangeiro . “Suas propostas vão de encontro com os anseios dos trabalhadores, com entre outras medidas, políticas que possibilitem a geração de empregos de qualidade”.
O pré-candidato Ciro Gomes comentou as críticas recentes que fez ao ex-presidente Lula, mas ponderou que sempre esteve ao seu lado nos últimos anos. “Ao longo de 16 anos, não faltei uma vez com Lula”, afirmou. Ciro admitiu que Fernando Haddad é um quadro respeitável, que seria um vice dos sonhos, mas lembrou que ele é do PT e disse que seria desrespeitoso querê-lo como vice se o seu partido terá candidato próprio.
Ao lançar sua pré-candidatura, Ciro disse que quer os votos de todos os brasileiros que compreendem que o Brasil precisa de desenvolvimento. O presidenciável disse que a prioridade do seu governo, se ganhar as eleições, é superar a desigualdade e a miséria.
O pré-candidato negou que tenha “morrido pela boca” em campanha anterior, quando fez um comentário sobre o papel de sua então companheira, a atriz Patrícia Pillar. Em 2002, quando foi candidato à presidente, Ciro disse, durante entrevista, que a importância de sua mulher Patrícia Pillar na campanha estava no fato de “dormir” com ele, o que gerou críticas à época. “Sou feminista, mas fiz uma piada de mau gosto com o amor da minha vida”, reconheceu. O ex-ministro disse que, apesar de ser feminista, reproduziu um comportamento da cultura machista, mas que nessa campanha, tomará muito mais cuidado.
Aos jornalistas, Ciro Gomes também fez críticas à intervenção federal na área de segurança no Rio de Janeiro. Para o pedetista, a ação é “politiqueira e mal intencionada”. “Não foi uma intervenção planejada e não tem orçamento”, disse.
Fonte: IstoÉ