PUBLICADO EM 24 de nov de 2021
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Estudo aponta metalúrgicas que mais exploram trabalhadores

Cinco metalúrgicas com sede ou planta em São José dos Campos e Jacareí estão entre as 250 empresas que mais exploram seus trabalhadores no país. O estudo consta no Anuário Estatístico 2021 do Ilaese (Instituto Latino-americano de Estudos Socioeconômicos), lançado em novembro.

Estão no ranking a Embraer e Gerdau, em São José, e Avibras, Ball Beverage e Duratex, em Jacareí. A taxa de exploração representa o quanto cada funcionário trabalhou “de graça” para a empresa em relação à riqueza produzida. Para esse cálculo, o Ilaese considerou a relação entre o lucro bruto da empresa e a remuneração total paga aos trabalhadores.

A Embraer, maior empregadora privada da região, aparece em 243º lugar. Segundo o Ilaese, em 2020, a empresa apropriou-se de quase 4 horas do total de oito horas diárias do trabalhador.

Ranking

Segue abaixo a taxa de exploração nas fábricas da região citadas no estudo. Os dados referem-se à média de todas as plantas das empresas relacionadas, em 2020.

Ball Beverage (siderurgia e metalurgia): 6h32 horas não pagas.
Duratex/Deca (peças para construção civil): 5h19.
Avibras (indústria bélica): 4h35.
Gerdau (siderurgia e metalurgia): 4h15.
Embraer (indústria aeronáutica): 3h58.

O estudo abrange todos os setores, em todo o país, e mostra o quanto da riqueza gerada pelo trabalhador foi apropriado. Foram pesquisadas mais de 700 empresas, com base em relatórios publicados nos diários oficiais ou disponíveis nos sites institucionais.

Desemprego

No ranking do desemprego, a Embraer e a Gerdau voltam a aparecer. Entre 30 empresas pesquisadas, a Gerdau está em 12º lugar, com 10.532 postos de trabalho fechados no país, em cinco anos. De 35.145 funcionários, em 2015, a empresa passou para 24.613, em 2020.

A Embraer aparece em 20º lugar. A fabricante de aviões fechou 3.715 postos de trabalho, passando de 19.973 em 2015 para 15.658 em 2020.

O estudo também traz as empresas com maior taxa de lucro operacional, no mundo. Quatro fábricas que têm plantas na região estão lá: Ericsson (20,5%), JC Hitachi (13,01%), General Motors (7,92%) e Panasonic (5,47%).

“Este estudo reafirma o que a classe trabalhadora sente na pele e no bolso: a exploração. Apesar dos trabalhadores passarem oito horas por dia nas fábricas e arriscarem a saúde em ambientes insalubres, a maior parte da riqueza por eles produzida vai para os acionistas. É papel do Sindicato organizar os trabalhadores para a luta contra essa exploração, inerente ao capitalismo”, afirma o presidente do Sindicato, Weller Gonçalves.

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos

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