Movimento grevista no Porto começou com passeata dos estivadores no Centro de Santos. Paralisação temporária acontece por intransigência do Sopesp em negociação da campanha salarial. O Sindicato dos Estivadores de Santos – Sindestiva, presidido Rodnei Oliveira da Silva (Nei da Estiva) pede aumento real de 10% dos salários pagos aos Trabalhadores.
As operações nos terminais de contêineres do Porto de Santos voltaram a ser paralisadas nesta segunda-feira (12). A greve de 24 horas do Sindicato dos Estivadores (Sindestiva) teve início com uma passeata pelo Centro de Santos.
A concentração ocorreu por volta das 7 horas na sede do Sindestiva, na Rua dos Estivadores, no Paquetá.
Às 8h30, a categoria começou a caminhar em direção à sede do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), na Rua Amador Bueno, no mesmo bairro.
Durante a passeata, faixas da Rua João Pessoa chegaram a ser bloqueadas para o tráfego de veículos. Em frente ao Ministério do Trabalho, na Praça José Bonifácio, os manifestantes também protestaram.
O grupo chegou ao prédio do Sopesp por volta das 9h50. Representantes do Sindestiva, da Força Sindical e uma comissão de trabalhadores entregaram, mais uma vez, a pauta de reivindicações da categoria.
De acordo com o presidente do Sindestiva, Rodnei Oliveira da Silva (Nei da Estiva), o protesto é pacífico. “Hoje a categoria coloca sua indignação sobre a postura da classe patronal na mesa de negociação. Desde o ano passado (o Sopesp) quer impor a pauta (deles). Por isso estamos realizando a greve de 24 horas com essa passeata”.
A categoria cobra aumento real (descontada a inflação) de 10%, reajuste nos benefícios pagos, garantia do mercado de trabalho, passagem dos cadastrados para registrados e direito de dobra de jornada.
O secretário geral da Força Sindical João Carlos Goncalves, o Juruna, que esteve na passeata desta manhã disse que é fundamental os trabalhadores participarem e decidirem pela paralização caso o patronato se mantenha intransigente, pois “com a mudança da legislação trabalhista na reforma, as campanhas salariais e a assinatura de boas convenções coletivas são o que garantem nossas conquistas, pois tem força de lei”
Assembleia
A greve temporária foi decidida em assembleia no dia 05 de março, com a justificativa de intransigência do sindicato patronal na negociação da campanha salarial de 2018. Na ocasião, o presidente do Sindestiva disse não haver avanço nas conversas com o Sopesp. “Todo ano eles tomam uma postura radical e dificultam as negociações”, afirma Nei da Estiva.
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Em nota enviada, no domingo (11), pela diretoria do Sopesp para o jornal A Tribuna, a entidade comunicou que rechaça a justificativa apresentada pelo sindicato dos trabalhadores que teria rejeitado a nova pauta de reivindicações apresentada no dia 2 de março.
“O Sopesp sequer teve tempo de analisar os novos pleitos e recebeu informe de greve”, continuou a nota. Além disso, afirma que a Convenção Coletiva de Trabalho negociada entre as partes nunca foi assinada pelo Sindestiva, sendo que esse documento foi fruto do consenso obtido entre as duas entidades, em reunião presencial em agostos de 2017.
Diante desse impasse, o sindicato patronal comunica respeitar o direito de greve mas que havendo paralisação, tomará as medidas legais cabíveis para não prejudicar o andamento das operações portuárias.
“O Sopesp manterá as portas abertas para o diálogo. Entendemos que a negociação autônoma e coerente entre as partes é o melhor caminho para se chegar a um entendimento”, finaliza a nota.
Fonte: Jornal A Tribuna