A decisão foi aprovada em reunião de dirigentes de todo o estado, nesta quinta-feira (1), no sindicato dos motoristas e trabalhadores em transporte rodoviário urbano de São Paulo. A categoria teve 2 mil casos suspeitos, 1.373 confirmados e 131 mortes.
Para o presidente da federação dos trabalhadores em transportes do estado (Fttresp), Valdir de Souza Pestana, “a paciência acabou. O pessoal está morrendo por exercer a profissão sem imunizante. Isso é crime contra a família rodoviária, que acaba sendo contaminada em casa”.
Também presidente do sindicato dos rodoviários de Santos, ele espera que as empresas pressionem as autoridades pela vacinação. “Elas não podem desconsiderar a vida dos funcionários e ser igualmente responsáveis pelo caos”.
Autoridades se fazem de cegos
A paralisação geral deverá envolver motoboys, caminhoneiros, motoristas de aplicativo e outros transportadores. “A sociedade está se contaminando dentro dos ônibus, que seguem superlotados”, reclama o presidente do sindicato paulistano, José Valdevan de Jesus Santos.
Mais conhecido por Valdevan Noventa e deputado federal (PL-SE), ele diz que motoristas e cobradores “estão morrendo por conta do ambiente em que trabalham e as autoridades estão se fazendo de cegas. Nosso movimento colocará um fim nesse descaso”.
Ele advertiu que as autoridades terão até 15 dias para se manifestar. “Se não tomarem providências, a paralisação será inevitável”, disse. O secretário-geral Francisco Xavier ‘Chiquinho’ apresentou retrospectiva de todas as ações do Sindmotoristas desde o início da pandemia.
Participaram do evento representantes das centrais Força Sindical, NCST, CUT, UGT, CTB. Os sindicalistas destacaram a importância da manutenção dos empregos, mas salientaram que a categoria exige a vacinação imediatamente.
Aglomerações nos transportes
O presidente estadual da Nova Central Sindical dos Trabalhadores, Luiz Gonçalves ‘Luizinho’, enfatizou que “a situação é muito grave. Não podemos pagar com vidas pela irresponsabilidade dos governantes que não unificam o combate ao novo coronavírus”.
O presidente da confederação nacional dos trabalhadores em transporte e logística (Cnttl), Paulinho Eustasia, também defendeu a imunização dos motoristas e demais profissionais do setor. O vereador de Guarulhos Maurício Brinquinho (PT) participou da reunião.
José Carlos ‘Negão’, representante da CTB, falou sobre “a incoerência de proibirem aglomerações enquanto o transporte público segue como se nada estivesse acontecendo, como se o vírus não circulasse nos veículos. Unidos, mostraremos a força da categoria”.
Félix de Barros, da Força Sindical, pregou a unidade dos sindicatos na luta pela vacina. Para ele, “esse é o único caminho para viabilizarmos a reivindicação”. Diretores de vários sindicatos da capital, interior e de outros estados participaram do evento.
Fonte: Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado de São Paulo