Não surpreende, portanto, que as diversas formas de escravidão persistam. O historiador José Luiz Del Roio (ex-senador na Itália e deputado no Parlamento Europeu) afirma: “A época atual é a que tem maior número de escravos; escravidão muitas vezes é camuflada”.
Ele acompanhou missões da ONU a países da África e Ásia. Del Roio comenta: “Em vários países, como Bangladesh, quase todo o trabalho é análogo à escravidão. Muitas fábricas foram deslocadas de países ricos para poder explorar ao máximo a mão de obra. Muitas dessas empresas fabricam para marcas famosas e caras no Ocidente”.
Comparação – O historiador aponta que, por volta de 1830, os negócios escravistas atingiram seu ápice. “Ocorre, ele compara, que a população mundial era de 1,2 bilhões de habitantes. E hoje supera sete bilhões”. As ondas migratórias estimulam a prática da escravidão. José Luiz Del Roio completa: “Também devemos considerar a redução do Estado, o chamado Estado mínimo, que desarticula formas de fiscalização e combate. Afinal, o Estado é mínimo só pra quem mais precisa dele”.