PUBLICADO EM 09 de dez de 2020
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Ensino superior: sindicatos recusam proposta patronal que não repõe inflação

Sindicatos do ensino superior recusam proposta patronal

Sindicatos do ensino superior recusam proposta patronal

Em uma rodada dupla de reuniões na manhã desta quarta-feira, 09/12, os sindicatos integrantes da Federação dos Professores de São Paulo – Fepesp discutiram nova proposta de renovação de convenção coletiva envida pelo patronal no ensino superior privado, decidiram pela recusa de sua porção financeira e discutiram alternativas em nova rodada com negociadores do Semesp, o sindicatos das mantenedoras das instituições de ensino superior privado no Estado.

“Nossas assembleias decidiram ser inaceitável a proposta patronal que limita a reposição da inflação futura. Quando começamos a negociar a inflação estava perto de zero, agora está subindo e já se estima que chegará a 5%. As escolas querem limitar qualquer reajuste a 3,25%. Isso não pode ser aceito”, diz Celso Napolitano, coordenador da comissão de negociação dos sindicatos.

No início da manhã, às 9 horas, os sindicatos integrantes da Fepesp se reuniram virtualmente para discutir nova proposta patronal encaminhada formalmente na véspera. Às 10h30 os representantes dos sindicatos e do patronal se encontram em sessão de negociação.

Foi mantido o compromisso pela renovação das cláusulas sociais da convenção coletiva de trabalho por dois anos, até o final de fevereiro de 2022. Mas, desta vez, os representantes das mantenedoras pediam novas garantias, não discutidas previamente: pode até ser compreensível a insegurança patronal diante das recentes indefinições de um ministro vacilante frente ao MEC, mas os sindicatos entendem que não podem ser penalizados à custa da manutenção das taxas de lucro as instituições privadas.

“Não podemos abrir mão da garantia semestral de salários, por exemplo”, diz Napolitano. “As instituições não podem ter uma licença para demitir a qualquer tempo porque estão insatisfeitas com as decisões do ministério. Isso é inadmissível”.

Na questão financeira, a proposta patronal prevê o pagamento de um abono de 50% em três parcelas em 2021 (nos meses de abril, julho e outubro) e a reposição da inflação de março 2020 a fevereiro 2021, limitada em 3,25%, aplicada aos salários em março de 2022. O percentual excedente seria discutido nas negociações salariais de 2022. Essa proposta não é aceitável. Os sindicatos querem o reconhecimento tácito de que toda a inflação desse período será incorporada aos salários e até concedem prazo para que isso ocorra, ainda em 2022.

Os representantes das mantenedoras deverão considerar essa questão em sua assembleia, agendada para a próxima semana, para então retornar à mesa de negociação.

Agora, é preciso estar atento a todos os informes do sindicato. De olho no site, de olho no zap do seu sindicato. Fique alerta – você poderá ser chamado a decidir a qualquer momento!

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