Depois de forte protesto das federações de professores as escolas particulares, os representantes das mantenedoras de instituições de ensino superior privadas voltaram à mesa de negociações na manhã desta quarta-feira, 28/04, retroagiram da negativa de qualquer ajuste salarial e apresentaram proposta de abono aos seus professores e funcionários administrativos.
Como demonstrou Celso Napolitano na sessão desta terça, ao negar recompor as perdas da inflação nos salários de 2020 e 2021, as mantenedoras deixando de assumir uma defasagem de 11% na sua folha de pagamentos, em prejuízo dos educadores e favorecendo as instituições:
“Não é justo que nossa categoria pague essa defasagem”, disse Celso, que coordena a comissão de negociadores pela Fepesp. “Não admitimos suspender cláusulas da convenção coletiva com a desculpa do período de exceção”.
Na última ocasião em que os negociadores do lado dos sindicatos e o patronal se reuniram, havia consenso em uma série de ajustes salariais, na extensão da convenção coletiva por dois anos e outros itens. No início de abril, no entanto, o Semesp (entidade que representa as instituições de ensino superior privadas) enviou ofício às Federações reclamando
das condições econômicas do país e das dificuldades impostas pela pandemia para rejeitar qualquer reajuste salarial ou correção de vencimentos por conta das perdas provocadas pela inflação de 2020 e 2021. A esse ofício seguiu-se a denúncia, pela Fepesp, de que “ao privilegiar o lucro sobre o resultado acadêmico, as IES desvalorizam e pauperizam seus profissionais, desprezam a necessidade de formação de profissionais qualificados para o desenvolvimento do país e, em última análise, se alinham à política de desindustrialização promovida pelo governo federal”. O Semesp, então, decidiu pelo retorno à mesa de negociações.
Os dois lados voltam a se encontrar em nova sessão na próxima quarta-feira, dia 5, para discutir ajustes salariais e outras cláusulas. Importante lembrar que todas as cláusulas da convenção coletiva de 2019 ainda estão vigentes, em função de acordo firmado no inicio das tratativas em fevereiro de 2020.
A Fepesp recomenda atenção especial a todos os professores e auxiliares no Ensino Superior – qualquer nova informação nas negociações desta campanha salarial 2021 será comunicada pelos sindicatos e pode exigir a mobilização de todos – em defesa da vida e dos nossos direitos!
Fonte: Fepesp
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