Assembleias realizadas em todo o Estado – Decisão envolve professores e pessoal administrativo – Sindicatos dão prazo para patronal negociar
Assembleias de professores e de pessoal administrativo no Ensino Superior privado decidiram, em assembleis em todo o Estado, entrar em greve a partir de 5 de setembro se as instituições de ensino não apresentarem proposta de recuperação de defasagem salarial e condições de trabalho adequadas diante da expansão do ensino remoto.
“Professores e auxiliares demostraram claramente estarem fartos do abuso patronal”, diz Celso Napolitano, coordenador da comissão de negociação dos sindicatos da Fepesp. “Não seremos humilhados por uma classe patronal gananciosa e ciosa de manter seus lucros à custa de achatamento salarial de seus profissionais”.
Desde março os representantes das mantenedoras comparecem nas sessões de negociação mas se recusam a reconhecer a defasagem nos salários provocadas pela inflação, recusam reajuste pelos índices de inflação, recusam discutir as mudanças em condições de trabalho com a aplicação extensiva do ensino remoto, à distância. Criaram um impasse por não negociar seriamente e protelar indefinidamente as discussões.
A data base de professores e auxiliares é 1º de março. As mantenedoras também desrespeitam a data em que durante anos houve renovação negociada de convenções coletivas de trabalho e aplicação de reajustes salariais.
“Queremos avisar a sociedade que os professores estão se organizando para parar em todo o Estado. É um aviso prévio. As mantenedoras tem esse prazo para negociar seriamente. Damos esse prazo para que estudantes, famílias não sejam prejudicados, sem poder se planejar”, avisa Celso Napolitano. “O professor é uma categoria consciente, paralisa as aulas mas não o faz de repente. Queremos negociar, e as mantenedoras tem 20 dias, até o dia 5, para sair do impasse”.
As assembleias foram realizadas simultaneamente por todos os sindicatos integrantes da Fepesp, às 17 horas desta quarta-feira, dia 17. Todos os participantes puderam se ausentar do trabalho e serão pagos integralmente, como prevê direito conquistado em campanhas salariais anteriores e inscrito na convenção coletiva de trabalho.
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