O título inédito da Copa São Paulo de Futebol Júnior e a revelação de uma nova geração de talentos animam os palmeirenses, mas deixam algumas dúvidas sobre a permanência das promessas no clube. Será que o Palmeiras vai resistir à pressão dos clubes europeus? A preocupação maior é com o futuro de Endrick, artilheiro e destaque da Copinha com 15 anos. O técnico Abel Ferreira reconhece o talento de Endrick, mas afirma que é preciso dar tempo ao tempo e que o “miúdo de 15 anos” poderia ir à Disney neste momento.
O treinador sabe que terá de esperar mais um pouco para iniciar a transição para o time principal. No Brasil, um atleta só pode atuar entre os profissionais a partir dos 16 anos. De acordo com a Lei Pelé, só a partir daí ele poderá assinar seu primeiro contrato. No caso de Endrick, isso será em 21 de julho. A tendência é que o garoto passe a ser visto ainda mais de perto pela comissão técnica do profissional a partir desta data.
O Estadão apurou que Endrick pretende sim assinar contrato e jogar no Palmeiras. Apesar das sondagens e observações de times da Europa, a ideia do estafe e da família do jogador é que ele complete sua formação por aqui. No momento, não há interesse da família em se mudar para a Europa. Vale lembrar que ele só poderá atuar em um clube do exterior depois dos 18 anos.
Endrick tem um contrato de formação esportiva com o Palmeiras. Além do amparo legal, o Palmeiras confia na palavra da família do jogador. O pai de Endrick é funcionário do clube e recebeu apoio quando trocou Goiás por São Paulo para iniciar a carreira do filho. Por isso, o clube entende que não corre risco de perdê-lo pelo menos até os 18 anos.
“O Endrick é um menino sonhador, trabalhador e que cresce a cada dia, a cada treino e a cada jogo. Porém ainda tem bastante coisa a evoluir. Ele já vem pulando algumas etapas nas categorias. Com certeza, o clube está tomando as melhores decisões para ter o melhor desempenho possível na categoria em que estiver”, afirmou o técnico Paulo Victor Gomes, campeão da Copinha.
Vale lembrar as palavras de Abel (antes do título da Copinha) sobre a formação do jogador e as razões de não levá-lo ao Mundial de Clubes como sugeriram torcedores nas redes sociais. A Fifa permite que jogadores da idade de Endrick sejam inscritos
“Ele tem 15 anos, é um miúdo e gosto de olhar para estes jogadores e dar tempo ao tempo. Acho muito boa esta gestão feita pela diretoria e comissão da base do Palmeiras, que fazem um trabalho extraordinário. Não tenham pressa, nem ansiedade. Mais cedo ou mais tarde ele vai jogar na equipe principal, mas com 15 anos, se Deus quiser com o trabalho deles ganhar a Copinha, o clube dar uma passagem para ele e a família para a Disneylândia é o melhor que vai fazer seguramente para ele continuar a brincar, porque ele só tem 15 anos”, completou.
Fenômeno
Na Espanha, Endrick é comparado a Vinícius Júnior e chamado de “craque”, “fenômeno” e “menino de ouro do Palmeiras” pelos jornais AS e Sport. Esses jornais lembram a trajetória de Vinícius Júnior. O atacante, revelado pelo Flamengo, foi vendido ao Real Madrid, em 2017, antes mesmo de completar 18 anos, por R$ 165 milhões. No ano seguinte, Rodrygo, do Santos, seguiu o mesmo caminho, e também se transferiu ao clube merengue, seis meses depois de atingir a maioridade.
O currículo é realmente de uma grande promessa. É o mais o jogador mais jovem a atuar e a marcar pelo Palmeiras na Copinha. São 167 gols em 170 partidas, sendo 68 deles em torneios oficiais. É o único na história a balançar as redes em jogos finais do Paulista sub-15, sub-17 e sub-20. Agora, mais uma façanha: o menino de 15 anos ajudou o Palmeiras a encerrar o jejum na Copinha.
Fonte: Estadão