No caso mais recente, a subsidiária irlandesa da BOC Aviation venceu, em primeira instância, processo contra a aérea para reaver dois Airbus A320-351N. A Avianca recorreu da sentença.
O despacho da decisão, de 26 de novembro, autoriza “a requisição de reforço policial e ordem de arrombamento, se necessário”.
O juiz Cesar Augusto Vieira Macedo negou pedido da Avianca para que o processo tramite em segredo de Justiça.
A coluna apurou com pessoas familiarizadas com a ação judicial que o pagamento não era feito havia pelo menos dois meses. O valor da causa é de R$ 3,5 milhões.
A empresa tinha, em junho, R$ 1,168 bilhão em dívidas com vencimento no prazo de até um ano, segundo as demonstrações contábeis apresentadas à Anac (órgão regulador do setor aéreo).
O capital circulante líquido na época era negativo. “Isso significa que a companhia tinha mais a pagar que a receber no período de um ano. O valor devido em empréstimos financeiros era alto”, diz Michael Viriato, professor do Insper.
“Parte dos R$ 306 milhões de financiamentos a pagar tinha juros de 7,2% ao ano mais o CDI [Certificado de Depósito Interbancário]. É uma taxa bastante elevada”, observa.
“Os arrendamentos se tornaram mais volumosos no último ano, e a dívida é elevada se comparada com o fluxo de caixa [até o segundo trimestre de 2018]”, afirma Marcos Piellusch, da FIA. Pelos seus cálculos, o Ebitda da empresa no segundo trimestre estava negativo em R$ 240,49 milhões.
Pessoas ligadas ao setor aeronáutico disseram à coluna que a companhia aérea cogita pedir RJ (recuperação judicial) nos próximos dias.
Procurada, a Avianca Brasil negou que entrará em RJ. A empresa afirma que “negociações fazem parte da rotina de qualquer empresa para otimização de resultados e […] que os processos estão evoluindo dentro das expectativas.”
Fonte: Folha SP