PUBLICADO EM 11 de fev de 2021
COMPARTILHAR COM:

Embraer: ato em frente à fábrica marca dia do julgamento das demissões

Em luta pelo cancelamento das demissões na Embraer, trabalhadores da fabricante de aeronaves realizaram um protesto na manhã desta quarta-feira (10), na portaria da unidade de Eugênio de Melo.

Organizado pelo Sindicato, o ato também contou com a participação de diversas categorias, como metalúrgicos de Taubaté, petroleiros, servidores municipais, trabalhadores dos Correios, papeleiros e químicos (Confira a abaixo a lista das entidades participantes).

A manifestação ocorreu horas antes do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) da 15ª Região, em Campinas, iniciar o julgamento da ação do Sindicato que cobra a anulação dos 2.500 cortes realizados em setembro de 2020.

Prevista para as 13h30, a sessão será transmitida ao vivo pelas redes sociais do Sindicato.

Nas falas dos participantes, foi criticado o fato da Embraer demitir em meio à pandemia, sem qualquer negociação com os sindicatos. Além disso, a empresa é beneficiária de empréstimos milionários do BNDES, tendo recebido milhões de reais dos cofres públicos nos últimos anos.

“A Embraer recebeu dinheiro do BNDES e demitiu para cortar gastos. Fizeram aquela aventura com a Boeing que nós, desde o início, dissemos que seria o precipício da empresa. Agora querem que o trabalhador pague a conta”, denunciou Luiz Carlos Prates, o Mancha, da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas.

Trabalhador reintegrado da Embraer, Fernando José Haas também denunciou as irregularidades no PDV aberto pela Embraer. “De voluntário este plano não teve nada. Mil e seiscentas pessoas foram coagidas a assinar o PDV. Um PDV forçado e fraudulento”.

Unidade sindical

Vivendo situação semelhante, trabalhadores demitidos da Ford, de Taubaté, também estiveram presentes na manifestação. Com o crescente desemprego no país, a luta para preservar os postos de trabalho tornou-se elo entre as entidades de classe.

Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté, Cláudio Batista, o Claudião, exaltou a união entre as categorias. “Esse é um ato da unidade sindical na luta pelos empregos em nosso país contra um governo que está desmontando a indústria no Brasil”, afirmou.

Saída é a estatização

O Sindicato defende a reestatização da Embraer como única maneira de garantir o emprego dos trabalhadores. Por ser estratégica para a economia e a soberania nacional, a Embraer deve voltar a ser dos brasileiros e atender o interesse dos trabalhadores.

“A Embraer é uma empresa que recebe dinheiro público. É mais do que justo nós reivindicarmos o cancelamento das demissões. Fizemos um ato bastante representativo e estaremos firmes no julgamento para defender os empregos”, afirma o presidente do Sindicato Weller Gonçalves.

Entidades que participaram do ato:

– Sindicato dos Metalúrgicos de Taubaté
– Sindicato dos Petroleiros de São José dos Campos,
– Sindicato dos Servidores Municipais de Jacareí
– Sindicato dos Correios do Vale do Paraíba
– Sindicato do Papeleiros de São José dos Campos
– Sindicato dos Químicos de São José dos Campos
– Central Única dos Trabalhadores
– CSP-Conlutas
– PSTU
– PSOL

Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos do ABC

ENVIE SEUS COMENTÁRIOS

QUENTINHAS