
Foto: Conselho Federal dos Representantes Comerciais
Para Flávio Magheli, coordenador de Pesquisas Conjunturais em Empresas do IBGE, isso mostra uma percepção de melhora em relação às quinzenas anteriores, que ele atribui à flexibilização da quarentena.
A percepção de impacto negativo é maior entre as empresas de grande porte (37,8%), aquelas acima de 500 funcionários; e, entre as de pequeno porte, com até 49 funcionários, (37,6%). Mas são também as empresas de grande porte, as que mais perceberam impactos pequenos ou inexistente (41,25%). “O setor de serviços continua sendo o mais impactado negativamente, enquanto o da construção tem o maior percentual de efeitos pequenos ou inexistentes”, ressalta Magheli.
Entre as grandes regiões, o Norte concentra a maior incidência de empresas que perceberam impactos positivos 41,1%. O Sul e o Sudeste continuam com a evolução de menor incidência de efeitos negativos, registrando, respectivamente, 36,7% e 33,3%, taxas que, nas quinzenas anteriores, se situavam acima de 40%. Já o Nordeste é a região onde as empresas foram mais atingidas pela crise do novo coronavírus (49,6%), seguido por Centro-Oeste (44,75).
Três em cada dez empresas tiveram redução nas vendas
Para 34,4% das empresas em atividade, houve percepção de redução nas vendas, uma melhora em relação à quinzena anterior (46,8%). A queda nas vendas foi sentida por 34,4% das companhias de pequeno porte, 33% das intermediárias e 26,4% das de grande porte.
Mas o impacto foi pequeno ou inexistente para 37,1% das empresas, percentual que chega a 46,6% das companhias de grande porte, as menos afetadas. E, para 28,4% das empresas, houve aumento de vendas na segunda quinzena de julho.
Por setores, a percepção de redução nas vendas foi sinalizada por 29,5% do comércio, 38,6% das empresas de serviços, 30,7% de indústria e 43,6% de construção. Destaca-se a maior incidência de efeitos pequenos ou inexistentes nos segmentos de indústria (35,6%), comércio (37,1%) e serviços (38,4%).
Mais da metade das empresas não perceberam impacto negativo na fabricação de produtos ou acesso a fornecedores
A maior parte das empresas (55%) relatou não ter havido impacto da Covid-19 sobre a fabricação dos produtos ou a capacidade de atendimento aos clientes. Esse percentual chega a 61,8% entre as empresas de grande porte e a 57,4% entre as de porte intermediário. Mas 33,1% do total de empresas ainda relataram dificuldades, e 11,6% acusaram facilidades.
Para 44,8%, não houve alteração significativa no acesso a seus fornecedores. Mas cresceu o percentual de empresas que voltaram a sinalizar dificuldades, 45,3%, taxa que, na quinzena anterior, foi de 38,6%.
“O que influenciou mais a taxa foram as empresas de pequeno porte (45,5%). Entre as atividades, os destaques são as empresas do comércio (65,2%), especialmente o comércio varejista (71,9%) e o de veículos, peças e motocicletas (70,45), que ficaram na faixa de sete em cada dez empresas sinalizando dificuldade de acesso aos fornecedores”, completa Magheli.
Também cai a percepção de dificuldades na capacidade de realizar pagamentos de rotina, passando de 47,3% na primeira quinzena de julho para 38,9%, na segunda quinzena de julho. Por outro lado, cresce para 49,7% o percentual de empresas sinalizando que não houve alteração significativa, percentual que chega a 69,9% entre as empresas de grande porte e a 60,9% entre as de porte intermediário.
Entre as atividades, os destaques são as empresas da construção (67,5%) e indústria (55,5%), sinalizando não ter percebido alteração significativa. “Trata-se de uma sinalização de melhora das receitas, permitindo realizar os pagamentos de rotina”, diz Magheli.
Fonte: IBGE