As trabalhadoras da Blue Tech, Sun Tech e 3C realizaram um novo protesto em frente à LG em Taubaté. A manifestação aconteceu nesta quinta-feira (22), dia em que se completam 17 dias de greve. Em assembleia, a decisão foi pela continuidade da paralisação.
O protesto acontece duas semanas depois de a LG ter se recusado a negociar com o Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos e Região, contrariando a proposta apresentada pelo Ministério Público do Trabalho, em audiência realizada no dia 9.
Desde o anúncio do fechamento das fábricas Blue Tech e 3C, em Caçapava, e Sun Tech, em São José dos Campos, o Sindicato busca abertura de negociação para que se encontrem alternativas às demissões. As três fábricas já anunciaram que em maio as atividades serão encerradas e todas as 430 trabalhadoras, demitidas.
“A luta, em primeiro lugar, é em defesa dos empregos. Se a LG insistir em manter o fechamento, o caminho certo seria a luta unificada junto com os trabalhadores da LG de Taubaté pela estatização da fábrica. Infelizmente, a unidade não existe mais. Cobramos da LG a responsabilidade social sobre as trabalhadoras das empresas fornecedoras”, disse o dirigente da CSP-Conlutas Atnágoras Lopes.
Durante a manifestação, as metalúrgicas levavam faixas e entoavam palavras de ordem para pressionar a empresa sul-coreana, como “LG, preste atenção, sem as terceiras não tem produção“, em referência aos 95% dos celulares da marca produzidos pela Blue Tech, Sun Tech e 3C. Durante a greve, deixaram de ser fabricados pelo menos 270 mil celulares (considerando-se apenas os produzidos pela Blue Tech e Sun Tech).
“Esta luta não pode ser só das trabalhadoras dessas fábricas. Deve ser de toda a sociedade. A LG sempre recebeu benefícios fiscais e agora, em plena pandemia, não pode simplesmente fechar as postas e colocar na rua mais uma legião de trabalhadores. Vamos continuar lutando, pressionando governos e empresas para que esses empregos sejam preservados”, afirma o vice-presidente do Sindicato, Renato Almeida.
Diretora do Sindicato e trabalhadora da Sun Tech, Aline Bernardo dos Santos expôs a indignação das mulheres que estão prestes a perder seus empregos.
“Somos nós que produzimos a riqueza dessas fábricas e da LG. Não é justo que sejamos descartadas, apenas para manter os lucros dos patrões. Nossa luta vai continuar por empregos e direitos”, afirmou.
Do protesto de hoje também participaram:
– CSP-Conlutas
– Fasubra (Federação de Sindicatos de Trabalhadores Técnico-administrativos em Instituições de Ensino Superior Públicas do Brasil),
– Sindicato dos Metroviários de São Paulo
– Sindicato dos Profissionais de Educação do Rio de Janeiro
– Sindicato dos Servidores Municipais de Jacareí,
– Sindicato dos Químicos de São José dos Campos,
– Movimento Mulheres em Luta,
– Movimento Faísca e Rebeldia,
– Combate
– Luta Socialista
– POR
– PSTU
– PSOL
– PCB
– PT
Fonte: Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos