Por Adriano Fernandes (Olhar Animal)
Uma instituição de proteção animal fez diversos flagrantes dos camelos sendo agredidos enquanto eram obrigados a carregar turistas.
Graças à pressão de organizações não governamentais (ONGs) que atuam na proteção de animais, o Egito deve acabar com uma tradição que foi construída em detrimento da saúde e do bem-estar de muitos camelos e cavalos na região das pirâmides do Gizé, no continente africano.
O Ministério do Turismo egípcio anunciou que planeja proibir passeios sobre os animais ao redor das pirâmides e em sítios arqueológicos, depois que a organização de proteção People for the Ethical Treatment of Animals (PETA) apurou que muitos animais estavam em condições insalubres.
A PETA descobriu que camelos, cavalos e burros, que são forçados a transportar visitantes pelo Egito, frequentemente escorregam e caem.
É então que eles são espancados pelos domadores para continuarem caminhando até o fim da jornada. A instituição, inclusive, conseguiu vários vídeos em que os trabalhadores são flagrados chicoteando impiedosamente cavalos e camelos nitidamente exaustos com a intensa rotina de trabalho.
Nos vídeos, os animais também aparecem extremamente subnutridos, um reflexo da fome que passam, mesmo carregando centenas de turistas, nas costas ou em carruagens, nos principais pontos turísticos do Egito, sob um sol escaldante, sem comida, água ou sombra.
A ONG também constatou que muitos dos camelos usados nas caminhadas no Egito saíam de um mercado de camelos em Birqash, onde, às vezes, eram espancados até sangrar. Que tristeza! A filmagem, angustiante, levou à prisão de três comerciantes desses animais, que poderiam ser multados ou cumprir penas de prisão de até seis meses.
Veja o vídeo das agressões sofridas pelos animais (cenas fortes):
A previsão é que os tradicionais passeios ao redor de um dos monumentos mais famosos do mundo sejam feitos em carros elétricos e ônibus, conforme recomendação da PETA que, por sinal, são meios até mais eficientes, rápidos e confortáveis.
Essa conquista foi resultado da pressão feita pela instituição por mais de um ano ao governo do Egito e que contou com o apoio de meio milhão de pessoas que enviaram cartas ao Ministério do Turismo e Antiguidades, para que proibisse os passeios.
Sem dúvida, essa medida pode preservar a vida dos muitos animais que eram explorados, diariamente, no paraíso turístico.
Fonte: Olhar Animal
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