PUBLICADO EM 22 de set de 2025

Educadoras debatem democracia, sindicalismo e IA em Brasília

Encontro internacional em Brasília reúne educadoras para debater sindicalismo, democracia, violência de gênero e impactos da IA na educação

Educadoras debatem democracia, sindicalismo e IA em Brasília

Educadoras debatem democracia, sindicalismo e IA em Brasília

Nos dias 20 e 21 de setembro, Brasília recebeu o Encontro Regional da Rede de Trabalhadoras da Educação, organizado pela Internacional da Educação América Latina (Ieal) e pela CNTE.

O evento reuniu mulheres de diferentes continentes para debater a realidade dos sindicatos, condições de trabalho, violência política e de gênero, impactos da Inteligência Artificial e estratégias de fortalecimento sindical.

Abertura: mulheres e múltiplas jornadas

Na abertura, Gilda Montero, presidenta da Associação Nacional de Educadores da Costa Rica, destacou a sobrecarga das mulheres e a falta de reconhecimento do trabalho doméstico e de cuidados.

Em seguida, Isabel Olaya Cuero, dirigente da Fecode da Colômbia, ressaltou a importância da presença masculina no encontro e celebrou o crescimento da participação feminina nos sindicatos colombianos.

Já Sonia Alesso, presidenta da Ieal, lembrou que professoras enfrentam dificuldades adicionais para ascender a cargos de liderança devido às responsabilidades familiares e às sobrecargas de trabalho.

Sábado, 20 de setembro

No sábado, pela manhã, ocorreu uma análise coletiva sobre estratégias de organização de mulheres em contextos hostis, com experiências relatadas de América Latina, África, Estados Unidos e Europa.

À tarde, a especialista argentina Sofía Scasserra apresentou conferência sobre regulação da Inteligência Artificial, destacando desigualdades no acesso à tecnologia e a necessidade de transparência e legislação adequada.

Scasserra ressaltou que a tecnologia é um campo de disputa política, marcado por interesses e desigualdades sociais, devendo servir à inclusão e estar acessível a todos.

Após a exposição, as participantes dividiram-se em grupos e elaboraram propostas de regulação voltadas para condições laborais, uso da IA na educação e violência política de gênero.

Domingo, 21 de setembro

No domingo, o debate abordou democracia e sindicalismo, questionando se os sindicatos estão preparados para integrar a agenda de direitos das mulheres como parte essencial da luta trabalhadora.

Na sequência, foi apresentada uma proposta de atividades formativas para 2026, envolvendo comunicação, formação sindical, negociação coletiva, valorização de professoras negras e incentivo a jovens lideranças.

As educadoras também assistiram a um vídeo sobre Gaza, denunciando a destruição de escolas. A secretária-geral da CNTE, Fátima da Silva, emocionou-se ao defender paz e direitos humanos.

Por fim, divulgou-se a 5ª Conferência de Mulheres da Internacional de Educação, prevista para 2026, com sugestões de convidadas como Angela Davis e parlamentares internacionais.

O encontro encerrou-se ao meio-dia de domingo com almoço coletivo e um chamado à mobilização contra a Anistia e a PEC da Impunidade, em atos nacionais.

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