As centrais sindicais divulgaram nota conjunta na manhã desta terça-feira (11) alertando sobre a possível venda da Avibras ao capital estrangeiro. O alerta é feito após a notícia de que a empresa está sendo negociada com com empresas da Alemanha (Rheinmetall) e Emirados Árabes (Edge Group).
As lideranças das centrais sindicais alertam que a venda a Avibras ao capital estrangeiro é grave ameaça à soberania nacional, com perigosa transferência de elevada tecnologia para capital privado internacional. “É necessário que o Governo Federal proíba a venda da Avibras”, defendem os dirigentes sindicais.
Ainda de acordo com o texto, os sindicalistas ressaltam que “o Brasil deve investir em alta tecnologia, e não abrir mão dela.”
Confira a íntegra da Nota:
É preciso impedir a venda da Avibras, indústria bélica reconhecida mundialmente, ao capital estrangeiro
A Avibras, indústria bélica reconhecida mundialmente pelos produtos e sistemas que desenvolve nas áreas aeronáutica, espacial, eletrônica, veicular e de defesa está sendo negociada com empresas da Alemanha (Rheinmetall) e Emirados Árabes (Edge Group).
A venda da principal fabricante de material bélico pesado do país representa grave ameaça à soberania nacional, com perigosa transferência de elevada tecnologia para capital privado internacional. Como forma de interromper esse processo, é necessário que o Governo Federal proíba a venda da Avibras.
O Brasil deve investir em alta tecnologia, e não abrir mão dela. É perigosa transferência de tecnologia de Defesa para empresas estrangeiras. A capacidade de produção de armamentos e equipamentos do setor, como mísseis, lançadores de foguetes, veículos blindados, bombas inteligentes, sistemas de comunicação por satélite e Veículos Aéreos Não Tripulados devem ter o controle brasileiro.
Com a venda, a empresa compradora levaria para o seu país de origem essa alta tecnologia. Já o Brasil, se quiser manter seu programa de Defesa, seria obrigado a buscar ferramentas e equipamentos no exterior.
Diante desse quadro que se desenha, as centrais sindicais reivindicam a intervenção do Governo Federal no sentido de proibir a venda dessa indústria. Também é necessário defender o emprego dos 1.400 trabalhadores, assim como garantir o pagamento dos salários atrasados.
São Paulo, 11 de abril de 2023
Sergio Nobre, Presidente da CUT (Central Única dos Trabalhadores)
Miguel Torres, Presidente da Força Sindical
Ricardo Patah, Presidente da UGT (União Geral dos Trabalhadores)
Adilson Araújo, Presidente da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil)
Moacyr Roberto Tesch, Presidente da NCST (Nova Central Sindical de Trabalhadores)
Antônio Neto, Presidente da CSB (Central dos Sindicatos Brasileiros)
Atenágoras Lopes, Secretário executivo nacional da Central Sindical CSP-Conlutas
Nilza Almeida, Secretária-geral da Intersindical Central da Classe Trabalhadora
Emanuel Melato, Coordenador da Intersindical – Instrumento de Luta e Organização da Classe Trabalhadora
José Gozze, Presidente da Pública Central do Servidor