O dólar comercial passou do patamar de 4,60 reais nesta quinta-feira, 5, logo na abertura do mercado. A moeda americana continua o movimento de escalada e sobe pelo 12º dia consecutivo. O estresse dos mercados, tentando medir as consequências da epidemia da doença causada pelo novo coronavírus (Covid-19) continua desvalorizando as moedas mundo afora. Por aqui, a sinalização que o Banco Central pode cortar novamente a taxa de juros também colabora para que o dólar continue subindo. Por volta das 9h56, a moeda subia 4,609 reais, marcando novo recorde intradia.
Na quarta-feira, o dólar interbancário registrou salto de 1,55%, a 4,5806 reais na venda, décimo recorde histórico consecutivo alcançado em um fechamento. No ano, a alta acumulada já chega a quase 15%.
Nesta quinta, o estado americano da Califórnia declarou estado de emergência após o registro da primeira morte causada pelo coronavírus no território. O avanço da doença nos EUA, junto com a reação do Federal Reserve (FED, Banco Central dos EUA), de baixar a taxa de juros no país como estímulo adicional da economia deixa os investidores intrigados.
“A alta vem de um movimento local com uma pitada de local. Há a expectativa que o Brasil pode cortar juros. É um movimento que já está acontecendo, porque o Banco Central sinalizou que poderia cortar juros após o FED. Todo o cenário continua confuso”, diz Pablo Spyer, diretor da corretora Mirae Asset.
Com a Selic no patamar mínimo de 4,25% em cortes consecutivos, foi reduzida a diferença entre taxas pagas pelos títulos brasileiros e os papéis norte-americanos — considerados os mais seguros do mundo. Com isso, há menos estímulo para investidores aplicarem no país, prejudicando o fluxo cambial e ajudando a puxar a cotação da moeda para cima. alta do dólar a sucessivas máximas recordes.
A epidemia de coronavírus já causou a morte de 3.012 pessoas na China desde o início da epidemia em dezembro em Wuhan, capital da província de Hubei. No Brasil, há 3 casos confirmados da doença e 531 em investigação, segundo o último balanço do Ministério da Saúde, datado de quarta-feira.
Fonte: Revista Veja