Dois lares de idosos, um na França e outro nos Estados Unidos, são os cenários mais tristes do coronavírus até o momento. A combinação trágica da falta de informações sobre a contaminação no início da propagação aliada ao principal grupo de risco da covid-19 já foi responsável por 55 mortes nesses endereços.
Outro ponto em comum do Life Care Center of Kirkland, do estado americano de Washington, com 35 mortos, e da casa de repouso Le Couaroge, em Cornimont, no leste francês, com 20 óbitos, é que em ambos os casos existe a suspeita de que festas locais ajudaram a disseminar o vírus.
Em Kirkland, as primeiras duas mortes ocorreram em 26 de fevereiro. No exame dos corpos, percebeu-se o coronavírus dois dias depois.
Segundo reportagem do The New York Times no último fim de semana, 81 moradores do asilo norte-americano já foram infectados, dois terços dos que estavam internados lá: 35 morreram.
Às agências internacionais, familiares de moradores do Life Care Center afirmaram que dias antes do anúncio das mortes, quando o coronavírus parecia um mal maior apenas para os chineses, ocorreu uma confraternização com visitantes e idosos no asilo de Kirkland.
“As pessoas entravam e saíam de lá sem máscaras ou qualquer proteção”, afirmou o filho de um dos moradores.
Com 94 mortes por causa da pandemia, Washington é o segundo estado norte-americano com o maior número de vítimas, perdendo apenas para Nova York, com 114.
Uma confraternização de um grupo religioso em Cornimont também teria servido para impulsionar as contaminações no Le Couaroge, da França.
Primeiro funcionários se infectaram e logo a doença se espalhou.
Comunicado da Prefeitura de Vosges afirmou que o estabelecimento acolhia 163 idosos. Vinte morreram e varios outros moradores e funcionários estão infectados.
A casa de repouso, segundo o site FranceBleu, teve as duas primeiras mortes por causa da doença confirmadas no dia 13 de março.
A mansão onde funciona o Le Couaroge é uma construção de 1905 levantada para .ser um hospício no interior da França. Com o tempo foi ampliada, tornou-se hospital nos anos 60 e lar de idosos na década de 90.
Os residentes que apresentam maior risco são atendidos pelos hospitais próximos de Remiremont e Epinal e todos os outros cumprem quarentena, isolados e sem poder receber visitas.
Tristezas assim se repetem em outras casas de repouso da Europa. Há registros de 15 óbitos em um lar na Itália — em Gandino, perto de Bérgamo — e registros de idosos encontrados mortos em dois asilos na Espanha, mas ainda não se sabe o número exato de vítimas por causa do novo coronavírus.
Fonte: R7