PUBLICADO EM 07 de mar de 2025

Dieese mostra que mulheres ainda enfrentam desigualdade no trabalho

Descubra como as mulheres chefiam mais domicílios, mas ainda enfrentam desigualdades no mercado de trabalho.

Segundo Dieese, apesar dos avanços mulheres ainda enfrentam barreiras

Segundo Dieese, apesar dos avanços mulheres ainda enfrentam barreiras. Foto Agência Brasil.

O documento “Mulher chefia mais domicílios, mas segue com menos direitos e oportunidades no trabalho” destaca a necessidade de políticas públicas e ações sindicais para reduzir as desigualdades de gênero no mercado de trabalho, incluindo a ampliação da licença-paternidade e a oferta de creches públicas.

Publicado em pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) para o 8 de março de 2025, o documento reflete o compromisso da entidade com a promoção da igualdade de gênero e a melhoria das condições de trabalho para as mulheres. Apresentamos os principais pontos levantados.

Desigualdades no Mercado de Trabalho

Apesar do crescimento econômico de 3,5% do PIB e da criação de 1,7 milhão de empregos com carteira assinada, as mulheres continuam enfrentando desigualdades significativas no mercado de trabalho.

A taxa de desemprego entre as mulheres foi de 7,7%, contra 5,3% entre os homens. Para as mulheres negras, a taxa foi ainda maior: 9,3%.

As mulheres ganham, em média, 22% a menos que os homens, com uma diferença salarial de R$ 762 por mês. Em cargos de direção, essa diferença chega a R$ 3.328 mensais, o que equivale a **R$ 40 mil a menos por ano.

Chefia dos Domicílios

Desde 2022, as mulheres passaram a ser responsáveis por 52% dos domicílios no Brasil. Nos lares monoparentais (onde apenas um adulto vive com os filhos), a chefia feminina chega a 92%.

Subutilização da Mão de Obra

Quase um quarto 23,2%) das mulheres negras estava em situação de subutilização da mão de obra, o que inclui desemprego, subemprego e pessoas que gostariam de trabalhar, mas não conseguem.

Afazeres Domésticos

As mulheres dedicam 21 dias a mais por ano do que os homens aos afazeres domésticos, totalizando 499 horas a mais anualmente. Isso reflete uma dupla jornada que penaliza as mulheres, limitando seu tempo para lazer, educação e participação política.

Desigualdades Salariais

Entre os 1% mais bem remunerados, apenas 22% são mulheres. A diferença salarial é ainda mais acentuada para mulheres negras com ensino superior, que ganham R$ 4.885 a menos por mês do que homens não negros com o mesmo nível de formação.

Lei de Igualdade Salarial

A Lei 14.611/2023, que estabelece a igualdade salarial entre homens e mulheres, começou a surtir efeitos em 2024, com a obrigatoriedade de relatórios de transparência salarial em empresas com mais de 100 funcionários.

Cláusulas Negociadas

Em 2023, 27,8% das negociações coletivas incluíram cláusulas relacionadas a creches, e **8,2%** abordaram direitos de gestantes e lactantes. A igualdade salarial foi tema em 5,4% das negociações.

Mulheres ainda enfrentam barreiras

O documento evidencia que, apesar dos avanços econômicos, as mulheres ainda enfrentam barreiras significativas no mercado de trabalho e na sociedade. A desigualdade salarial, a sobrecarga de trabalho doméstico e a subutilização da mão de obra feminina são desafios que exigem ações concretas e políticas públicas eficazes para garantir a equidade de gênero.

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