Balanço das negociações mostra melhora no 1º semestre; de acordo com levantamento do Dieese – Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – 60% dos acordos analisados conquistaram aumento real; fizeram parte do estudo os reajustes de 300 unidades de negociação de empresas privadas e estatais dos setores da Indústria, do Comércio e dos Serviços em todo o território nacional; resultados obtidos representam melhora em comparação aos anos de 2016 e 2015; maior concentração dos ganhos reais está na faixa de até 0,5% pontos percentuais acima da inflação; reajustes iguais à inflação em 30% das negociações analisadas; reajustes com perdas reais correspondem a 10%
O balanço das negociações dos reajustes salariais do 1º semestre de 2017 mostra que 60% dos acordos analisados conquistaram aumento real, o que significa melhora em relação aos resultados obtidos nos anos de 2016 e 2015, segundo Altair Garcia, técnico da subseção do Dieese na Força Sindical.
Foram analisados os reajustes de 300 unidades de negociação entre empresas privadas e estatais dos setores da Indústria, do Comércio e dos Serviços em todo o Brasil. O levantamento, realizado pelo Dieese, tomou com base o Sistema de Acompanhamento de Salários (SAS-DIEESE).
Altair destaca que os reajustes com ganhos reais se concentraram na faixa de até 0,5 pontos percentuais acima da inflação. Foram observados reajustes iguais à inflação em 30% das negociações analisadas. Já os reajustes com perdas reais correspondem a 10%. Mais da metade destes resultaram em perdas de até 0,5 pontos percentuais abaixo da inflação.
A distribuição dos reajustes salariais por data-base desde 2012 evidencia o aumento dos reajustes acima da inflação em 2017 em comparação aos dois anos anteriores. Já o percentual de reajustes acima da inflação, que se mantinha em patamar estável acima de 80% até 2014. teve queda a partir de 2015 motivada pela crise econômica e gradual aumento dos índices inflacionários. “Os reajustes necessários para repor as perdas salariais foram aumentando e tornando cada vez mais difícil a negociação de reajustes acima da inflação”, explica.
A variação real média dos reajustes no primeiro semestre de 2017 foi de 0,32%, voltando a ser positiva após a perda real média observada em 2016.
Ou seja:
• 60% das negociações registraram aumento real (média de 0,32% acima da inflação);
• 30% das negociações registraram reajustes iguais à inflação;
• 10% das negociações registraram perdas ( ou seja a reposição foi abaixo da inflação.
Setorial
O maior percentual de reajustes acima da inflação entre os setores econômicos foi observado nos serviços, setor em que cerca de 68% de reajustes resultaram em ganhos reais. Praticamente 10% das negociações tiveram reajuste abaixo da inflação e em 22% o reajuste foi em valor igual à inflação.
Cerca de 58% dos reajustes do Comércio resultaram em ganhos reais, 37% das negociações registraram reajustes com valor igual à inflação e praticamente 5% das negociações tiveram perda, a menor proporção entre os setores.
Na Indústria, pouco mais de 51% dos reajustes ficaram acima da inflação, cerca de 37% foram iguais à inflação e 12% das negociações não repuseram as perdas inflacionárias.
• Serviços 68% dos reajustes registraram ganhos reais;
• Comércio 58% dos reajustes registraram ganhos reais;
• Industria 51% dos reajustes registraram ganhos reais
Reajustes salariais por regiões geográficas
A região sul teve o melhor resultado na negociação coletiva na comparação entre as regiões. Dois terços das negociações conquistaram reajustes com ganhos reais e menos de 3% resultaram em perdas.
Nas demais regiões, os reajustes acima da inflação estão em um mesmo Balanço das negociações dos reajustes salariais do 1º semestre de 2017 12 patamar, entre 50% e 60%. Em relação à proporção de reajustes abaixo da inflação, também não há diferenças relevantes e fica por volta de 10%, com exceção da região Norte que registra 29%.
• Região Sul 66,7% conquistaram reajustes acima da inflação;
• Região Nordeste 58,9% conquistaram reajustes acima da inflação;
• Região Sudeste 56,4% conquistaram reajustes acima da inflação;
• Região Norte 52,9% conquistaram reajustes acima da inflação