PUBLICADO EM 29 de maio de 2025

Desemprego permanece baixo e registro em carteira tem recorde

O desemprego no Brasil se manteve em 6,6% no último trimestre. Confira os detalhes e as implicações deste resultado.

Desemprego baixo e alta no registro em carteira Volta do ano letivo contribuiu para o resultado do trimestre. Foto Agência Brasil

Desemprego baixo e alta no registro em carteira: volta do ano letivo contribuiu para o resultado do trimestre. Foto: Agência Brasil.

De fevereiro a abril de 2025 o desemprego no Brasil de 6,6% permaneceu estável em relação ao trimestre de novembro de 2024 a janeiro de 2025 (6,5%) e apresentou queda de 1,0 ponto percentual com relação ao mesmo trimestre do ano anterior.

De fevereiro a abril de 2025, cerca de 7,3 milhões de pessoas estavam desocupadas no país. Frente ao trimestre móvel anterior (novembro de 2024 a janeiro de 2025), no qual 7,2 milhões de pessoas não tinham ocupação, esse indicador ficou estável. Por outro lado, no confronto com igual trimestre do ano anterior, quando existiam 8,2 milhões de pessoas desocupadas, houve recuo de 11,5%, uma redução de 941 mil pessoas desocupadas na força de trabalho.

O número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado atingiu recorde (39,6 milhões), registrando crescimento de 0,8% em relação ao trimestre anterior e de 3,8% ante igual trimestre do ano passado. Os dados são da PNAD Contínua Mensal, divulgada hoje (29) pelo IBGE.

A taxa de subutilização da força de trabalho (percentual de pessoas desocupadas, subocupadas por insuficiência de horas trabalhadas e na força de trabalho potencial em relação à força de trabalho ampliada) ficou em 15,4%, resultado também considerado estável na comparação trimestral (15,5%). Na comparação anual, houve queda de 2,0 p.p.

“A estabilidade nas taxas de desocupação e subutilização confirma o que o primeiro trimestre apontou, ou seja, uma boa capacidade de absorção dos empregos temporários constituídos no último trimestre de 2024”, explica William Kratochwill, analista da pesquisa.

Informalidade cai e carteira assinada bate recorde

A queda na informalidade, que chegou a 37,9% (equivalente a 39,2 milhões de trabalhadores) é consequência da estabilidade do contingente de trabalhadores sem carteira assinada (13,7 milhões), acompanhada da estabilidade do número de trabalhadores por conta própria (26,0 milhões).

“O mercado de trabalho apresentando níveis mais baixos de subutilização da população em idade de trabalhar, como vem acontecendo, naturalmente impulsiona as contratações formalizadas, uma vez que a mão de obra mais qualificada exige melhores condições de trabalho”, observa William.

Setores

A estabilidade no emprego e a alta na carteira foram puxadas pelo agrupamento “Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais”.

O analista da pesquisa lembra que “esse grupamento possui uma característica peculiar neste trimestre, pois é quando ocorre o início do ano letivo. Consequentemente, é preciso uma estrutura de suporte, com a contratação de professores, ajudantes, cuidadores, cozinheiros e recepcionistas”.

Em relação ao trimestre de fevereiro a abril de 2024, cinco grupamentos aumentaram seu contingente de trabalhadores:

  • Indústria Geral (3,6% ou mais 471 mil pessoas);
  • Comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas (3,7% ou mais 696 mil pessoas);
  • Transporte, armazenagem e correio (4,5% ou mais 257 mil pessoas);
  • Informação, Comunicação e Atividades Financeiras, Imobiliárias, Profissionais e Administrativas (3,4% ou mais 435 mil pessoas);
  • E Administração pública, defesa, seguridade social, educação, saúde humana e serviços sociais (4,0% ou mais 731 mil pessoas).

Em sentido oposto, houve redução no grupamento de Agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura (4,3% ou menos 348 mil pessoas).

Rendimento recorde

O rendimento real habitual de todos os trabalhos chegou a R$ 3.426 no trimestre de fevereiro a abril de 2025, resultado estável, e registrou crescimento de 3,2% quando comparado ao mesmo trimestre do ano anterior.

Já a massa de rendimento real habitual (a soma das remunerações de todos os trabalhadores) atingiu R$ 349,4 bilhões, novo recorde, ficando estável no trimestre e aumentando 5,9% (mais R$ 19,5 bilhões) no ano.

Segundo William Kratochwill, “a massa de rendimento alcançou esse pico devido à estabilidade do nível da ocupação, além de aumentos pontuais da população ocupada com carteira de trabalho assinada nos setores privado e público”.

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