A taxa de desemprego do país ficou em 8,4% no trimestre finalizado em janeiro. Permaneceu estável em comparação com o trimestre anterior, finalizado em outubro de 2022, quando a taxa ficou em 8,3%. Em comparação com o mesmo trimestre do ano passado, houve uma queda de 2,9 pontos percentuais (p.p.). É a menor taxa registrada para o período de novembro a janeiro desde 2015. No trimestre, houve um contingente de 9,0 milhões de pessoas desocupadas, o mesmo número registrado no trimestre encerrado em outubro, mas com uma redução de 3 milhões de pessoas na comparação anual, quando o número era de 12 milhões. Esses dados são provenientes da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua, divulgada pelo IBGE.
Adriana Beringuy, coordenadora da Pnad Contínua, explica que essa estabilidade pode ser resultado da redução da procura por trabalho nos meses de novembro e dezembro de 2022 em relação ao início de 2023.
No que diz respeito à ocupação, entretanto, houve uma queda no número de trabalhadores no trimestre, após uma sequência de expansão nos trimestres móveis de 2022. Portanto, enquanto há estabilidade em relação à desocupação, há uma perda de ocupação no que se refere à geração de empregos. Em resumo, são observados dois panoramas distintos: no curto prazo, há uma queda na formação de trabalho, enquanto, em relação ao mesmo período do ano anterior, ainda há um ganho na ocupação.
Beringuy destaca alguns setores que influenciaram no crescimento do rendimento no trimestre e na comparação com o mesmo período do ano anterior. Em relação ao trimestre anterior, a atividade de Alojamento e Alimentação registrou um aumento de 7%, enquanto Administração Pública, Saúde e Educação apresentaram um crescimento de 3,1%. Além disso, os serviços domésticos expandiram o rendimento real em 2,2%. Em relação à comparação anual, todas as atividades tiveram um ganho estatisticamente significativo em seus rendimentos.
Informalidade
No trimestre encerrado em janeiro, o número de empregados com carteira de trabalho assinada no setor privado (excluindo trabalhadores domésticos), permaneceu estável em 36,8 milhões, enquanto cresceu 6,5% em relação ao mesmo período do ano anterior, representando um aumento de 2,3 milhões de pessoas. O número de empregados sem carteira assinada no setor privado ficou estável em 13,1 milhões em comparação ao trimestre anterior e cresceu 5,9% em relação ao mesmo período do ano anterior, com um acréscimo de 725 mil pessoas. O número de trabalhadores autônomos ficou estável em 25,3 milhões tanto no trimestre quanto na comparação anual. Por sua vez, o número de trabalhadores domésticos ficou estável em relação ao trimestre anterior, mas aumentou em 4,7% em relação ao mesmo período do ano anterior, com mais 262 mil pessoas empregadas nessa função.
A taxa de informalidade foi de 39% da população ocupada, equivalente a 38,5 milhões de trabalhadores informais, em comparação com 39,1% no trimestre anterior e 40,4% no mesmo período do ano anterior.