No terceiro trimestre de 2023, o desemprego no país chegou a 7,7%. Todas as regiões apresentaram uma tendência de redução na passagem do 2º tri para o 3º tri de 2023, mas apenas o Sudeste teve uma queda na desocupação estatisticamente significativa, de 7,9% para 7,5%, sendo, portanto, a região que mais contribuiu para a queda na taxa em nível nacional. Os dados são do resultado trimestral da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua), divulgada hoje (22) pelo IBGE.
São Paulo influenciou no resultado
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de Trabalho e Rendimento do IBGE, o resultado em São Paulo foi fundamental para o resultado nacional do 3º tri. No estado paulista, o desemprego recuou de 7,8% para 7,1%. A queda no Brasil não foi um processo disseminado nos estados. A maior parte da UF mostra uma tendência de redução na taxa de desocupação, mas apenas 3 estados registram queda estatisticamente significativa, principalmente por conta da redução da desocupação. E São Paulo tem uma importância dado o contingente do mercado de trabalho, o que influencia bastante a queda em nível nacional”, explica a pesquisadora.
No Acre e no Maranhão também houve retração. Em Roraima houve aumento enquanto as demais UFs permaneceram estáveis.
Informalidade acima da média no Norte e no Nordeste
A taxa de informalidade no país foi de 39,1% da população ocupada no 3º tri de 2023.
No recorte regional, o Norte (52,8%) e o Nordeste (51,8%) registraram taxa acima da média nacional. Na análise por UF, os maiores percentuais foram no Maranhão (57,3%), Pará (57,1%) e Amazonas (55,0%). Santa Catarina (26,8%), Distrito Federal (30,6%) e São Paulo (31,3%) tiveram as menores taxas.
Já no que diz respeito a taxa de subutilização, a pesquisa mostra que o Piauí (38,4%) registrou o maior percentual no 3º trimestre de 2023, seguido por Bahia (32,8%) e Sergipe (31,8%). Já as menores taxas ficaram com Rondônia (5,3%), Santa Catarina (6,1%), e Mato Grosso (8,4%). Rondônia que, aliás, tem o maior percentual de trabalhadores por conta própria (34%), acima da média nacional (25,5%). A menor taxa neste índice foi registrada no Distrito Federal (19%).
Rendimento médio cresce no Sul e no Sudeste
A pesquisa mostra ainda que o rendimento médio mensal foi estimado em R$ 2.982, um aumento em relação ao 2º trimestre (R$ 2.933) e ao 3º tri de 2022 (R$ 2.862).
As regiões Sul (R$ 3.276) e Sudeste (R$ 3.381) apresentaram crescimento na passagem do 2º para o 3º tri, enquanto as demais ficaram na estabilidade. Já na comparação com o mesmo trimestre de 2022, houve aumento nas regiões Norte, Sudeste e Centro-Oeste, enquanto as demais ficaram estáveis.
Já a massa de rendimento médio real de todos os trabalhos foi de R$ 292.952 milhões, um aumento tanto em relação ao trimestre anterior (R$ 285.243 mi), quanto frente ao 3º trimestre de 2022 (R$ 278.942 mi).
Desemprego recua entre os que procuravam emprego há mais tempo
A PNAD Contínua Trimestral mostrou que os contingentes das faixas com maior tempo de procura por trabalho mostraram reduções na comparação do 3º tri de 2023 com 2022. Entre os que procuravam emprego há mais de 2 anos, a queda foi de 28,2%, saindo de 2,5 milhões de pessoas em 2022 para 1,8 milhão em 2023. Também houve redução na faixa de 1 ano a menos de 2 anos (-14,2%) e na faixa de um mês a menos de um ano (-7,4%). Apenas a faixa de que contempla pessoas que procuram trabalho há menos de um mês apresentou aumento 3,2% (de 1,5 milhão para 1,6 milhão).
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