Enfraquecer sindicato é diminuir a força do trabalhador. Desde sua constituição, na época da Revolução Industrial, o sindicato cumpre o papel de aglutinar, organizar, mobilizar, exigir e negociar os direitos dos trabalhadores junto ao empresariado. Querer quebrar o sindicato, é quebrar o trabalhador. Será que esse deputado será releito? Será que o PSDB perderá voto?

Representantes patronais no Congresso Nacional não estão para brincadeira. Depois de aprovar a Reforma Trabalhista (Lei 13.467/17) e de piorá-la ainda mais por meio da MP 808/17, agora não querem permitir nenhum debate no Congresso sobre o financiamento sindical.

O requerimento do deputado Rogério Marinho (PSDB-RN) é explícito e interdita o debate em torno de quaisquer “proposições que visam alterar a Reforma Trabalhista e a Lei de Terceirização”. É o que propõe Marinho (PSDB-RN), que foi relator da Reforma Trabalhista, com o Requerimento 7.805/17.

O requerimento foi deferido parcialmente pela Mesa da Câmara, de acordo com o artigo 164 do Regimento Interno da Casa, e agora 145 projetos de lei ordinária que tramitam na Câmara sobre o tema e 1 projeto de lei complementar (PLP 150/15), seguirão ao arquivo. Entre esses está o PL 6.706/09 (PLS 177/07), do senador Paulo Paim (PT-RS), que proibe a dispensa do empregado que concorre a vaga de membro do Conselho Fiscal de sindicato ou associação profissional.

Foto: Jaelcio Santana

Para o secretário geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, Juruna “Tal proposta é uma ofensa aos trabalhadores, representados por seus sindicatos, uma vez que em nossa sociedade as regras definidas pelas negociações sindicais, entre trabalhadores e empresários, são muito mais justas do que negociações diretas, sem intermediação sindical, como quer Marinho”.  Segundo ele “Prescindir da representação sindical é o mesmo que defender o constrangimento e a coerção sobre o trabalhador, que, sozinho, pouco poder tem diante de uma empresa empregadora.  Enfraquecer essas entidades é enfraquecer o diálogo, tão necessário numa sociedade de classes”.

Vai ser aberto prazo de 5 sessões, a partir desta sexta-feira (9), para apresentação de recurso contra esta decisão da Mesa Diretora.

Fonte: Com DIAP