“Decisão desastrosa do Copom inibe crescimento do País”, diz Força Sindical
A Força Sindical divulgou nota criticando a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central de manter a taxa Selic em 10,50% a.a.. A decisão do Copom foi anunciada no início da noite desta quarta-feira e confirmou a expectativa do mercado financeiro.
A decisão interrompe uma sequencia de sete reduções na taxa e para o presidente da Força Sindical, Miguel Torres, a decisão é desastrosa e inibe o crescimento do Brasil.
“O aperto monetário do Banco Central está asfixiando não só a atividade econômica, a produção industrial e a geração de novos postos de trabalho, mas também compromete o consumo das famílias”, alerta o sindicalista.
O dirigente sindical afirma ainda que os juros altos sangram o País e inviabilizam o desenvolvimento, restringindo o enorme potencial de crescimento do Brasil, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros.
Veja a seguir a íntegra da nota:
Decisão desastrosa do Copom inibe crescimento do País
Mais uma vez o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central frustra os trabalhadores (as) e se curva aos especuladores. Tragicamente, também em nosso País, estamos reféns dos poderosíssimos interesses dos rentistas.
A manutenção da taxa em 10,50% a.a. é um verdadeiro desastre para a economia do País, mantendo o Brasil com o 2º maior juro real do mundo e um prêmio aos especuladores.
O aperto monetário do Banco Central está asfixiando não só a atividade econômica, a produção industrial e a geração de novos postos de trabalho, mas também compromete o consumo das famílias.
Vale destacar que juros altos sangram o País e inviabilizam o desenvolvimento, restringindo o enorme potencial de crescimento do Brasil, bem como os investimentos em educação, saúde e infraestrutura, entre outros.
Enquanto isso, os banqueiros lucraram 26 bilhões de reais só no último trimestre. Baixar os juros é fundamental para a retomada do crescimento sustentável, com inclusão do povo trabalhador na economia para além da mera subsistência.
Essa nefasta política, adotada pelo atual presidente do Banco Central, Campos Neto, resulta em queda da atividade econômica, deteriora o mercado de trabalho e a renda, aumenta o desemprego.
A taxa de juros mais baixa proporciona crédito mais acessível para pessoas e empresas; incentiva o consumo; previne a inadimplência e incrementa investimentos em pequenas e médias empresas, entre outros.
Nós trabalhadores insistimos na agilidade e reduções eficazes dos juros e vamos continuar com mobilização e pressão para uma drástica queda nas taxas de juros para que o Brasil continue a retomada do crescimento econômico.
Miguel Torres, presidente da Força Sindical, da CNTM e do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
Copom boicota a economia ao manter a Selic em 10,5% , diz CUT
O economista da subseção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) na Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), Gustavo Cavarzan, explica que a Selic tem influência importante no desempenho econômico do país.
“Juros altos prejudicam o governo, com aumento de custos no pagamento dos títulos da dívida pública, reduzindo recursos para outras áreas importantes, como saúde e infraestrutura. A Selic também influencia nos juros de todo o sistema financeiro, com isso, o crédito fica mais caro para famílias e empresas, aumentando o endividamento e, ao mesmo tempo, impedindo investimentos na economia real e, portanto, na criação de mais empregos”, resumiu.
A presidenta da Contraf-CUT e vice-presidenta da Central Única dos Trabalhadores, Juvandia Moreira, destacou que o Brasil segue com a inflação sob controle e, portanto, as justificativas do Copom são falhas e prejudicam diretamente uma das obrigações do BC, que é colaborar com aumento do nível de empregos no país.
“Usar o argumento de se preparar para expectativas futuras de inflação maior é uma falácia. A manutenção da Selic alta é proibitiva ao crescimento econômico e apenas reafirma que o órgão é suscetível às pressões do mercado financeiro e, assim, desvia das responsabilidades para com o país”, pontuou. “Os principais beneficiados com a Selic elevada são os detentores dos títulos da dívida pública, que atualmente são as instituições financeiras”, completou.
Leia também: Por Juros baixos para o desenvolvimento com justiça social