Entre as ações realizadas, estão postos de arrecadação de alimentos, produtos de limpeza e higiene, instalação de ponto de higienização para a população em situação de rua, confecção de máscaras e até ajuda no cadastro do auxílio emergencial. Antes da crise do novo coronavírus, o índice de desempregados da Grande São Paulo, onde o ABC está incluso, era de 14,1% da população, segundo o IBGE. Ainda não foram divulgados dados consolidados sobre a desocupação no último período, mas é esperado um grande aumento no número oficial.
“Estamos num momento bastante preocupante com a pandemia e temos um presidente que não se empenha para minimizar os impactos disso. E aqui no ABC, infelizmente, os prefeitos das sete cidades também estão dando pouca importância. Então cabe a nós, trabalhadores e trabalhadoras, junto com a CUT, dar o respaldo, orientar o trabalhador, mas também sermos solidários aos que estão precisando”, afirma o coordenador da subsede da CUT-SP no ABC, Milton Brito, o Tijolo.
A subsede, localizada em Santo André, passou a ser um dos pontos de coleta desde a semana passada, junto com o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário de Santo André, Mauá, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra (ConstruMob), com a subsede em Ribeirão Pires (veja endereços abaixo). Mas antes disso, outros sindicatos filiados à CUT já se organizavam em plantões de atendimento ao público, abrindo seus espaços físicos para o armazenamento das doações.
Em abril, a direção do Sindicato dos Rodoviários do Grande ABC entrou na ação sensibilizando os empresários do setor. Conseguiu arrecadar cestas básicas que foram dadas às famílias de trabalhadores do transporte que estão com dificuldades financeiras.
Também desde o mês passado, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Confecções do ABC passou a confeccionar máscaras de tecido para a população. A iniciativa, coordenada pelo Sindicato com o apoio de outras entidades, buscou costureiras desempregadas para a ação.
Na última quinta (7) o uso de máscara se tornou obrigatório em todo o estado e ações como esse vão contribuir para ajudar as pessoas sem condições mínimas de comprar o artigo de proteção. Mas os desafios da região impedem moradores de comunidades, por exemplo, de seguir as recomendações dos órgãos sanitários. “Em muitas cidades do ABC faltam água todos os dias. Como se pode cobrar a higienização das mãos das pessoas com isso acontecendo? Imagina cobrar álcool gel e máscaras para essa população. Além disso, a fome também afeta muitas pessoas, situação que nos motivou a iniciar essa campanha. Vamos pedir nas empresas e aos que podem colaborar nesse momento com doações”, ressalta Tijolo.
Sem sair do carro
Como forma de ajudar a conter o avanço do novo coronavírus, o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC inaugurou uma obra que atende, principalmente, a população em situação de rua: um espaço público de higienização em frente ao sindicato. O espaço, que recebeu o nome do padre Júlio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo de Rua, oferece água e sabonete a todas as pessoas. Mas os metalúrgicos também lançaram o Drive Thru Solidário, que só no dia 1º de Maio, arrecadou mais de uma tonelada de doações. Na proposta, o participante leva os alimentos ou produtos de higiene até o estacionamento do Sindicato sem precisar sair do carro.
A entidade pretende ampliar a campanha nas fábricas que estão em produção para que a participação das empresas seja ainda mais efetiva. Além disso, a ideia é instalar pontos de coleta nas fábricas de alimentos não perecíveis, agasalhos, brinquedos, fraldas geriátricas e infantis.
Já o Sindicato dos Bancários do ABC segue com a “Campanha Solidária d@s Bancári@s do ABC”, que coleta doações para serem encaminhadas a entidades assistenciais da região. Além das pessoas poderem colaborar lavando pessoalmente os produtos, é possível fazer uma doação por meio de depósito bancário (clique aqui) ou mesmo solicitar a retirada da doação em algum local. Nesta semana, a Fundação Banco do Brasil doou kits de alimentos que serão entregues às comunidades de Santo André. Junto ao MDDF, que representa os moradores de favelas e conjuntos habitacionais da cidade, o Sindicato dará apoio operacional na entrega. A entidade também iniciou a distribuição de duas mil máscaras de tecido a trabalhadores dos bancos com o objetivo de contribuir para a proteção ao coronavírus, sem deixar de cobrar a responsabilidade das empresas. Outra frente importante criada no Sindicato é a disponibilização da sede social para as pessoas se cadastrarem no programa de renda emergencial do governo federal.
Cabe ressaltar que, além das campanhas de doações, os sindicatos continuam atuando na luta pela segurança dos trabalhadores que seguem na ativa, com risco de exposição ao vírus, e pela garantia dos empregos e direitos destes e dos que foram afastados ou estão no formato home office, conforme a CUT-SP tem repercutido em seus canais. As ações de solidariedade também contemplam os trabalhadores da base sindical que tiveram salários reduzidos ou perderam o emprego.
Como ajudar:
Para levar doações de alimentos, roupas ou produtos de higiene e limpeza, os sindicatos estão funcionando em esquema de plantão, conforme os horários abaixo.
Subsede da CUT-SP no ABC
Avenida Artur Queiróz, 52, Casa Branca – Santo André (SP)
Toda quarta-feira, das 9h às 16h – Informações no (11) 96663-5026 ou (11) 95956-0616
Subesde ConstruMob
Rua Capitão José Galo, 380 – Centro – Ribeirão Pires (SP)
De segunda a sexta-feira, das 9h às 16h – Informações no (11) 4823-6385
Sindicato dos Metalúrgicos do ABC – Drive Thru Solidário
Durante o mês de maio – de segunda a sexta, das 9h às 18h, no estacionamento da Sede, na Rua João Basso, 231, Centro, São Bernardo (SP)
Sindicato dos Bancários do ABC
Rua Xavier de Toledo, 268 – Centro – Santo André (SP)
Clique aqui para saber sobre opções de doações por meio de depósito