A CUT-SP divulgou nesta quinta-feira (22), uma nota repudiando o ataque brutal e violento da PM aos trabalhadores e dirigentes sindicais durante atividade do Sindicato dos Bancários de São Paulo como parte da Campanha Salarial, em Santo Amaro.
Ataque da PM é injustificável
A mobilização acontecia em frente a uma agência do banco Santander e, de acordo com a nota, tal ataque “ocorreu sem nenhuma justificativa, deixando muitas pessoas feridas.”
No texto, a direção da CUT-SP ressalta que “nem mesmo a presença do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT) intimidou os ataques violentos. O deputado, inclusive, foi um dos agredidos com uma arma de choque (teaser).”
“Como em todas as mobilizações, a categoria bancária havia se organizado de forma pacífica para protestar em frente à sede administrativa do Santander, dialogando com os cerca de três mil trabalhadores do local sobre o andamento das negociações em torno da campanha salarial e os impactos das terceirizações promovidas pelo banco – a modalidade tem sido adotada frequentemente pela instituição financeira como forma de obter mais lucros, mesmo que implique na redução de direitos e a precarização de trabalhadores.” – diz a nota
Veja a seguir a íntegra da nota:
Ataque da PM a trabalhadores bancários é inadmissível
A Direção da CUT-SP se solidariza com os trabalhadores e dirigentes sindicais agredidos pela Polícia Militar na manhã desta quinta-feira, 22 de agosto, durante atividade do Sindicato dos Bancários de São Paulo como parte da Campanha Salarial, em Santo Amaro.
Também repudiamos esse ataque brutal e violento da PM, que foi acionada pelo banco Santander, e que ocorreu sem nenhuma justificativa, deixando muitas pessoas feridas. Nem mesmo a presença do deputado estadual Luiz Claudio Marcolino (PT) intimidou os ataques violentos. O deputado, inclusive, foi um dos agredidos com uma arma de choque (teaser).
Os vídeos que circulam nas redes mostram imagens estarrecedoras de policiais que agem de forma truculenta nas ruas. Nunca é demais lembrar que o direito à manifestação é garantido pela Constituição Federal, bem como a liberdade sindical de atuar em defesa da classe que representam.
Como em todas as mobilizações, a categoria bancária havia se organizado de forma pacífica para protestar em frente à sede administrativa do Santander, dialogando com os cerca de três mil trabalhadores do local sobre o andamento das negociações em torno da campanha salarial e os impactos das terceirizações promovidas pelo banco – a modalidade tem sido adotada frequentemente pela instituição financeira como forma de obter mais lucros, mesmo que implique na redução de direitos e a precarização de trabalhadores.
Só no primeiro trimestre deste ano, o Santander Brasil teve alta de 41,2% no lucro líquido, faturando R$ 3,02 bilhões e superando as expectativas internas da empresa. Em 2023, somente a remuneração do CEO do banco, Mario Roberto Opice Leão, foi de R$ 30.554.700,67, de acordo com levantamento da revista IstoÉ Dinheiro. Mesmo diante desses resultados, o Santander, ao lado dos demais bancos por meio da Fenaban, apresentou nesta semana uma proposta de índice que representa perdas salariais para a categoria: 85% do INPC como reajuste salarial.
Por óbvio, a proposta foi rejeitada pelo Comando Nacional dos Bancários e, com isso, a necessidade de intensificar a luta por melhores condições de trabalho.
Portanto, é um absurdo que a polícia, sob a gestão Tarcísio de Freitas, tenha ido ao local para tentar intimar os trabalhadores. A CUT-SP acompanhará o caso de perto e cobrará a devida apuração e a responsabilização dos envolvidos. Ao Sindicato dos Bancários, reforçamos nossa disposição de luta e apoio nesta campanha em defesa da classe trabalhadora.
São Paulo, 22 de agosto de 2024
Direção da CUT-SP
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