“Estamos atingindo três meses seguidos – fechando o terceiro trimestre -, com altas sucessivas da parcela dos materiais, que estão sendo impactantes na variação do índice nacional. Os custos da mão de obra têm se mantido estáveis, apesar das duas homologações em Brasília e no Pará. O que pesou no índice de 1,44% foi a alta em todos os segmentos de materiais – cimento, condutores elétricos, cerâmicas”, explica Augusto Oliveira, gerente da pesquisa.
Preço dos materiais sobe 2,55%
O custo nacional da construção, por metro quadrado, que em agosto fechou em R$ 1.191,84, passou em setembro para R$ 1.209,02, sendo R$ 645,56 relativos aos materiais e R$ 563,46 à mão de obra.
A parcela dos materiais aumentou 2,55%, registrando o maior índice considerando a série com desoneração da folha de pagamentos iniciada em 2013. Os aumentos observados foram de 0,95 pontos percentuais acima do mês anterior (1,60%), e 2,28 pontos percentuais em relação a setembro de 2019 (0,27%).
Já a parcela da mão de obra com os dois reajustes observados, registrou taxa de 0,20%, subindo 0,11 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,09%) e caindo 0,27 ponto percentual se comparado a taxa de setembro de 2019 (0,47%).
De janeiro a setembro os acumulados são 6,59% (materiais) e 1,85% (mão de obra), sendo que em doze meses ficaram em 6,90% (materiais) e 2,62% (mão de obra).
A região Norte, com alta significativa na parcela dos materiais em todos os estados, e acordo coletivo observado no Pará, ficou com a maior variação regional em setembro, 1,81%.
As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 1,62% (Nordeste), 1,33% (Sudeste), 1,06% (Sul) e 1,52% (Centro-Oeste). Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.221,08 (Norte); R$ 1.127,78 (Nordeste); R$ 1.258,43 (Sudeste); R$ 1.255,02 (Sul) e R$ 1.208,09 (Centro-Oeste).
Custos em Sergipe disparam e no Rio de Janeiro desaceleram
“Um dos destaques é Sergipe, que teve os custos da mão de obra estáveis, mas com uma alta de 5,27% na parcela de materiais. No agregado das duas parcelas, o estado ficou com alta de 2,91%, a maior dentre todas as unidades da federação. Em contrapartida, o Rio de Janeiro, com uma alta de 0,41%, apresentou uma desaceleração da taxa que em agosto havia sido 0,59%. O grupo de materiais, cuja taxa em agosto fora de 1,19%, em setembro caiu para 0,85%, com a mão de obra se mantendo estável nos dois meses no Rio de Janeiro”, ressalta Oliveira.
Criado em 1969, o Sinapi tem como objetivo a produção de informações de custos e índices de forma sistematizada e com abrangência nacional, visando a elaboração e avaliação de orçamentos, como também acompanhamento de custos.