O Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), divulgado hoje (9) pelo IBGE, subiu 0,15% em novembro, mas desacelerou 0,23 ponto percentual em relação à taxa de outubro (0,38%). Foi o menor resultado desde julho de 2020. No acumulado em 12 meses, a taxa é de 11,38%, abaixo dos 12,41% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. O acumulado no ano fechou em 10,81%. Em novembro de 2021, o índice foi 1,07%.
Segundo o gerente da Sinapi, Augusto Oliveira, a pesquisa aponta variações mensais dos custos da construção civil em um patamar mais próximo ao do período pré-pandemia e uma desaceleração que pode ser observada nas quedas contínuas nos indicadores dos acumulados nos 12 meses. “Os custos estão chegando a uma normalidade, sem a influência de um período de pandemia, com as variações dos preços mais comportandos, acompanhando os movimentos do mercado da construção civil”, diz Oliveira.
Em 2022, os índices que tiveram forte alta em 2021 vêm sendo substituídos por taxas menores, reduzindo sucessivamente os índices acumulados em 12 meses, resultando numa queda neste indicador de 3,15 pontos percentuais desde junho. Os índices caíram de 14,53% em junho para 14,07% em julho, 13,61% em agosto, 13,11% em setembro, 12,41% em outubro, e agora, em novembro, caíram ainda mais para 11,38%”, analisa Oliveira.
O custo nacional da construção por metro quadrado, que em outubro fechou em R$ 1.675,46, passou em novembro para R$ 1.677,96, sendo R$ 1.000,47 relativos aos materiais, e R$ 677,49 à mão de obra. O gerente do Sinapi destaca que os materiais, que puxaram as altas nos anos em 2020 e 2021, são os que mais têm contribuído para a desaceleração em 2022. A parcela dos materiais foi de 0,01%, mantendo o patamar do mês anterior (0,04%) e o movimento de retração dos últimos meses. A taxa de novembro no setor de materiais de construção foi a menor desde janeiro de 2020. Em relação a novembro de 2021 (1,66%), houve queda de 1,65 ponto percentual.
Já a parcela da mão de obra foi de 0,35%, com apenas um reajuste observado, caindo 0,53 ponto percentual em relação ao mês anterior (0,88%). Houve um aumento de 0,17 ponto percentual frente a novembro do ano anterior (0,18%).
Os acumulados no ano foram: 9,94% (materiais) e 12,09% (mão de obra). Já os acumulados em doze meses ficaram em 10,78% (materiais) e 12,26% (mão de obra), respectivamente.
Região Centro-Oeste tem a maior variação mensal
A Região Centro-Oeste apresentou a maior variação regional em novembro, 0,54%, influenciada pelo reajuste previsto em convenção observado no Distrito Federal.
As demais regiões apresentaram os seguintes resultados: 0,50% (Norte), 0,05% (Nordeste), -0,01% (Sudeste) e 0,33% (Sul). Os custos regionais, por metro quadrado, foram: R$ 1.686,47 (Norte), R$ 1.561,13 (Nordeste), R$ 1.736,53 (Sudeste), R$ 1.756,20 (Sul) e R$ 1.719,10 (Centro-Oeste).
Entre as unidades da federação, o Distrito Federal teve maior alta, 1,97%, influenciada por reajuste previsto em convenção coletiva no setor da mão de obra.
“Mesmo com a redução na parcela dos materiais, o Distrito Federal foi o destaque devido ao acordo coletivo. Em todos os estados, o custo da mão de obra tem se mantido estável com alteração apenas quando ocorre dissídios, alguns com impactos imediatos e outros mais tardios”, ressalta o gerente da pesquisa.
Mais sobre o SINAPI
O Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e índices da Construção Civil – SINAPI, uma produção conjunta do IBGE e da Caixa Econômica Federal – Caixa, tem por objetivo a produção de séries mensais de custos e dies para o setor habitacional, e de séries mensais de salários medianos de mão de obra e preços medianos de materiais, máquinas e equipamentos e serviços da construção para os setores de saneamento básico, infraestrutura e habitação.
As estatísticas do SINAPI são fundamentais na programação de investimentos, sobretudo para o setor público. Os preços e custos auxiliam na elaboração, análise e avaliação de orçamentos, enquanto os índices possibilitam a atualização dos valores das despesas nos contratos e orçamentos. Acesse os dados no Sidra.