Na manhã de ontem, segunda-feira (30), os diretores reuniram-se para debater o tema e dar o ultimato aos patrões e ao Poder Público. Nestes últimos 15 dias, os representantes dos condutores tiveram encontros frequentes com as partes. Mas, por decisão unilateral, as negociações esfriaram e a diretoria endureceu o jogo.
O deputado federal e presidente do sindicato, Valdevan Noventa, fez chegar às autoridades a disposição de mobilizar a categoria para a realização de manifestações. “Essa indefinição não pode continuar. Várias empresas já adotaram medidas diferenciadas para pagar os direitos dos trabalhadores. O que está havendo é descaso com um serviço tão essencial para a população”, declarou indignado Noventa.
O ACORDO
Enquanto muitas categorias não têm encontrado soluções a não ser o desemprego em massa, os condutores de São Paulo têm razões para comemorar. O emprego de todos os trabalhadores está garantido. Confira as condições acordadas que terão validade até o dia 30 de abril, podendo ser prorrogadas, caso haja necessidade em virtude do controle da pandemia:
– Para os dias efetivamente trabalhados, fica garantido ao trabalhador 100% da remuneração base e benefícios;
– Para os trabalhadores em licença remunerada, será pago 50% do salário base, acrescido de 50% do vale refeição e 100% dos demais benefícios (cesta básica, convênio médico e odontológico e seguro;
– Para os trabalhadores que gozarem férias a partir do dia 25 de março serão pagos 100% de remuneração;
– Outros direitos que não constam do Termo Aditivo, ficam assegurados na Convenção Coletiva de Trabalho vigente.
Ao final da reunião, o deputado federal e presidente do sindicato, Valdevan Noventa, disse que a categoria ansiava por essas medidas. “Devido à falta de um plano único de ações para o setor de transporte por ônibus no período de enfrentamento do coronavírus, várias empresas adotaram medidas unilaterais quanto à jornada de trabalho e ao pagamento dos direitos dos condutores. Isso não será permitido em nenhuma garagem. Ficam terminantemente proibidas regras que não as estabelecidas no documento firmado entre o Sindmotoristas, SPUrbanuss e Secretaria Municipal de Mobilidade e Transporte”.
CATEGORIA ESTÁ GARANTIDA MESMO DIANTE DAS MALDADES DO GOVERNO
Embora ainda exista uma preocupação da direção sindicato com o Governo Federal que ameaça assinar uma medida provisória “liberando” o setor empresarial para demitir funcionários, a categoria está respaldada por esse acordo que tem vigência de 30 dias.
Já está agendada entre as partes uma reunião de avaliação sobre o estágio da crise do COVID 19 e a necessidade ou não de renovar ou fazer um outro acordo.
PRESENTES NO ENCONTRO
Acompanhado dos diretores Valmir Santana da Paz (Sorriso), Francisco Xavier da Silva Filho (Chiquinho), Valdemir do Santos (Moleque), Cristiano Porangaba (Crizinho) e do assessor Romualdo Santos, o presidente Noventa mandou um recado aos trabalhadores para que continuem confiando e apoiando o sindicato.
“Hoje, estamos na linha de frente de uma luta diferente do que estamos acostumados, mas não menos desafiadora, que é a luta pela vida. Tenho certeza que vamos juntos superar esse momento gravíssimo. Por ora, enquanto essa crise de saúde pública não passa, devemos valorizar mais uma conquista dos condutores, a garantia do emprego e dos seus direitos”, finalizou.
Fonte: Sindmotoristas
