Os metalúrgicos da GM estão unidos contra as demissões arbitrárias feitas pela empresa no final de semana.
Em nota, divulgada na tarde desta segunda-feira (23), os Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo, São Caetano e São José dos Campos consideram a medida adotada pela empresa “covarde e arbitrária, já que ocorreu sem negociação prévia com os sindicatos, o que contraria a legislação nacional.”
De acordo com o texto, em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a GM descumpriu acordos de layoff firmados com os sindicatos, que garantiam a estabilidade no emprego para todos das duas plantas.
A nota conjunta foi aprovada pelas lideranças dos Sindicatos dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes, São Caetano do Sul e São José dos Campos, após reunião virtual, realizada na manhã desta segunda-feira (23).
No documento, os três sindicatos afirmam buscar negociação com a montadora “para reverter as demissões e garantir os postos de trabalho”.
Outras iniciativas também serão tomadas em conjunto, como envio de pedidos de reuniões com autoridades.
Confira o texto da nota conjunta na íntegra:
“Os sindicatos dos metalúrgicos de São Caetano do Sul, São José dos Campos e São Paulo e Mogi das Cruzes repudiam veementemente a atitude da General Motors, que, em pleno sábado (21/10), demitiu trabalhadores por e-mail e telegrama.
A demissão coletiva foi covarde e arbitrária, já que ocorreu sem negociação prévia com os sindicatos, o que contraria a legislação nacional.
Além disso, em São José dos Campos e Mogi das Cruzes, a GM descumpriu acordos de layoff firmados com os sindicatos, que garantiam a estabilidade no emprego para todos das duas plantas. Em São Caetano, de igual forma, a empresa realizou os cortes de maneira unilateral, sem prévia negociação.
Todos os cortes são injustificáveis. A montadora alega queda em suas vendas, mas registrou, ao contrário, aumento de 18,18% nas vendas brasileiras entre abril e junho deste ano, na comparação com o mesmo período do ano passado.
Além disso, obteve lucro líquido de 2,57 bilhões de dólares (R$ 12,94 bilhões) no segundo trimestre deste ano, um aumento de 51,6% na comparação anual.
Em repúdio à demissão coletiva e pelo cancelamento dos cortes, os metalúrgicos da GM em São Caetano do Sul, São José dos Campos e Mogi das Cruzes aprovaram greve unificada por tempo indeterminado, neste domingo (22).
Os três sindicatos buscam negociação com a montadora, para reverter as demissões e garantir os postos de trabalho.
Os sindicatos também reivindicam intervenções imediatas do Governo Federal, do Ministério do Trabalho, do Governo do Estado de São Paulo e do Ministério Público do Trabalho diante da grave situação dos demitidos.
Os metalúrgicos da GM no estado de São Paulo também têm apoio mútuo com trabalhadores da montadora nos Estados Unidos. Em greve há mais de um mês, os operários norte-americanos lutam por aumento de salário e melhores condições de trabalho. O movimento é liderado pelo UAW (United Auto Workers)”.
23 de outubro de 2023
Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes
Sindicato dos Metalúrgicos de São Caetano do Sul
Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos
Leia também: