A cidadã entrou na unidade de saúde da prefeitura de Santos, segunda-feira (5), e partiu para a ignorância contra uma servidora. Gritou, xingou e quase agrediu. Mas foi desestimulada por algumas pessoas.
Passado o susto, a funcionária registrou boletim de ocorrência e ligou para o sindicato dos 11 mil servidores estatutários e 7 mil aposentados do executivo e legislativo municipal (Sindest).
Seu diretor de comunicação, Daniel Gomes, relatou o fato no programa ao vivo da entidade, pelo facebook, youtube e instagram, na noite do mesmo dia.
Providências de secretarias
Nesta terça-feira (6), ele e outros diretores estiveram no local do incidente para reforçar a campanha desencadeada pelo sindicato, há mais de um mês, contra agressões à categoria.
A direção do Sindest procurará a secretária de segurança, Raquel Gallinati, delegada de polícia, empossada em 25 de junho, para reivindicar escala de guardas municipais nos locais de trabalho mais perigosos.
Seu presidente, Fábio Pimentel, quer conversar sobre o problema com o secretário de saúde, Denis Valejo. Na ‘live’, o sindicalista reclamou que tenta uma audiência com ele há mais de três meses.
Useira e vezeira
Sobre a tentativa de agressão, funcionários do posto de saúde relataram ao sindicalista que a ofensora é useira e vezeira em causar tumultos no local. E que desta vez, extrapolou.
Fábio disse no programa que, entre os assuntos a discutir com o secretário de saúde, está a necessidade de transferência de alguns funcionários para outras repartições.
Segundo ele, são trabalhadores com problemas de saúde que não suportam mais trabalhar no setor devido a estresses muitas vezes causados por sobrecarga e acometimentos de populares.
Eleições municipais
O tema da ‘live’, eleições municipais, foi debatido antes da denúncia da tentativa de agressão, que acabou priorizada pela emergência. Mas o assunto principal foi abordado em profundidade.
Fábio, Daniel e o mediador, jornalista Willian Ribeiro, ponderaram sobre a necessidade de os servidores debaterem o pleito de outubro sem formalidade ou constrangimento.
Para o presidente, “é inegável a importância da escolha para prefeitura e câmara. Somos servidores municipais diretamente afetados pelas medidas desses dois poderes”.
Contra os trabalhadores
O diretor de comunicação refutou argumentos de que o sindicato não deve se envolver nas eleições. Lembrou que prefeito e vereadores administram as relações de trabalho do funcionalismo.
Sem citar nome, Daniel lembrou que uma candidata à prefeitura é apoiada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e que, como deputada federal, “só vota contra os trabalhadores”.
Citou que Bolsonaro conseguiu aprovar uma reforma da previdência prejudicial aos assalariados e propôs uma reforma administrativa, ainda em tramitação no congresso nacional, que extingue serviços públicos.
Cartas compromissos
“Se opera contra os trabalhadores na câmara federal, certamente fará o mesmo com os servidores municipais, se eleita. Disse que não aprovaria a reforma previdenciária, mas votou a favor”, reforçou Daniel.
Os sindicalistas e o jornalista recomendaram atenção da categoria na escolha dos candidatos e abordaram outros assuntos, como reclassificações e reforma administrativa municipal.
Eles reafirmaram que o Sindest entregará cartas compromissos aos postulantes, com as principais propostas da categoria, e apoiará os que assinarem concordância com as medidas.
Leia também: Triunfo dos trabalhadores da ICL