
Construção civil de Belém mantém greve no quarto dia de luta
Operários e operárias da construção civil em Belém, Ananindeua e Marituba entraram no quarto dia de greve e aprovaram em assembleia, nesta sexta-feira (19), sua continuidade.
A categoria decidiu manter a paralisação em frente à Assembleia Legislativa do Pará, reforçando disposição para dobrar a patronal e conquistar reivindicações, ampliando a pressão nas negociações.
Durante as mobilizações, mais uma empresa fora do sindicato patronal apresentou proposta de 8% de reajuste, aumento da cesta básica e PLR em duas parcelas.
Os trabalhadores aprovaram o acordo em assembleia, fortalecendo a estratégia de acumular conquistas parciais para pressionar a Justiça do Trabalho a reconhecer a viabilidade das reivindicações.
Empresas da COP30 cedem
Na quarta-feira (17), após reunião com o Sinduscon-PA, empresas ligadas às obras da COP30 também ofereceram proposta de reajuste de 9,5% e benefícios adicionais importantes.
Esse acordo contemplou aumento salarial, cesta básica, PLR, aviso prévio indenizado e foi aprovado pelos trabalhadores, demonstrando a força da organização coletiva nas negociações.
Agora, o objetivo central da mobilização é estender os benefícios conquistados para toda a categoria, atingindo empreendimentos estratégicos como a Vila COP e hotéis da COP30.
De acordo com Ailson Cunha, coordenador do STICMB, “essa vitória mostra que quando os trabalhadores cruzam os braços e o sindicato atua na frente, os avanços são possíveis”.
Proposta patronal insuficiente
O sindicato patronal, após mediação do Ministério do Trabalho, elevou a proposta de reajuste de 5,5% para 6%, além de cesta básica, considerada insuficiente.
Para o operário Atnagoras Lopes, da CSP-Conlutas, é inaceitável que bilhões destinados à COP30 não garantam salários e direitos decentes aos trabalhadores responsáveis pela execução.
Ele também denunciou a anuência dos governos federal, estadual e municipal, permitindo a exploração. “Não aceitaremos essa superexploração e manteremos a luta até vencer”, concluiu.
Dessa forma, a categoria decidiu pela manutenção da greve, reafirmando união, mobilização e disposição de conquistar direitos antes da realização da Conferência do Clima, em Belém.
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