PUBLICADO EM 19 de set de 2025

Construção civil de Belém mantém greve no quarto dia de luta

Operários da construção civil em Belém, Ananindeua e Marituba completam quarto dia de greve, conquistam avanços salariais e mantêm mobilização por melhores condições na preparação da COP30

Construção civil de Belém mantém greve no quarto dia de luta

Construção civil de Belém mantém greve no quarto dia de luta

Operários e operárias da construção civil em Belém, Ananindeua e Marituba entraram no quarto dia de greve e aprovaram em assembleia, nesta sexta-feira (19), sua continuidade.

A categoria decidiu manter a paralisação em frente à Assembleia Legislativa do Pará, reforçando disposição para dobrar a patronal e conquistar reivindicações, ampliando a pressão nas negociações.

Durante as mobilizações, mais uma empresa fora do sindicato patronal apresentou proposta de 8% de reajuste, aumento da cesta básica e PLR em duas parcelas.

Os trabalhadores aprovaram o acordo em assembleia, fortalecendo a estratégia de acumular conquistas parciais para pressionar a Justiça do Trabalho a reconhecer a viabilidade das reivindicações.

Empresas da COP30 cedem

Na quarta-feira (17), após reunião com o Sinduscon-PA, empresas ligadas às obras da COP30 também ofereceram proposta de reajuste de 9,5% e benefícios adicionais importantes.

Esse acordo contemplou aumento salarial, cesta básica, PLR, aviso prévio indenizado e foi aprovado pelos trabalhadores, demonstrando a força da organização coletiva nas negociações.

Agora, o objetivo central da mobilização é estender os benefícios conquistados para toda a categoria, atingindo empreendimentos estratégicos como a Vila COP e hotéis da COP30.

De acordo com Ailson Cunha, coordenador do STICMB, “essa vitória mostra que quando os trabalhadores cruzam os braços e o sindicato atua na frente, os avanços são possíveis”.

Proposta patronal insuficiente

O sindicato patronal, após mediação do Ministério do Trabalho, elevou a proposta de reajuste de 5,5% para 6%, além de cesta básica, considerada insuficiente.

Para o operário Atnagoras Lopes, da CSP-Conlutas, é inaceitável que bilhões destinados à COP30 não garantam salários e direitos decentes aos trabalhadores responsáveis pela execução.

Ele também denunciou a anuência dos governos federal, estadual e municipal, permitindo a exploração. “Não aceitaremos essa superexploração e manteremos a luta até vencer”, concluiu.

Dessa forma, a categoria decidiu pela manutenção da greve, reafirmando união, mobilização e disposição de conquistar direitos antes da realização da Conferência do Clima, em Belém.

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